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O agregador

Luiz Henrique da Silveira foi, sem dúvida nenhuma, nas últimas três décadas, o grande estrategista eleitoral de Santa Catarina. Senão, vejamos. Foi prefeito de Joinville, eleito em 1996, com apoio do então chefe do Executivo municipal, Wittich Freitag, que havia o derrotado em 1992. Os dois, no entanto, compuseram e Luiz Henrique foi buscar a reeleição em 2000.
Nesse momento, o joinvilense já planejava concorrer ao governo do Estado em 2002. O que ele fez? Trocou o vice. Tirou o empresário Carneiro de Loyola e colocou Marco Tebaldi, vereador e engenheiro, filiado ao PSDB.
Lá em 2002, quando ele renunciou para concorrer ao governo, Tebaldi virou prefeito e o Tucanato passou a administrar a maior cidade catarinense.
Esse mesmo PSDB que participava do governo de Esperidião Amin o deixou para apoiar Luiz Henrique, que era o azarão das eleições.

Abismo

Na época, Esperidião Amin tinha mais de 60% das preferências e Luiz Henrique chegava perto de 10 pontos. Mas tivemos o advento da onda vermelha; a eleição de Lula da Silva, que apoiou LHS no segundo turno aqui no Estado, culminando numa grande virada. A partir da eleição de Luiz Henrique, ele começou a construir uma grande aliança.

Sem papo

Tentou primeiro o PT, que foi importante para a sua eleição. Mas essa aproximação não vingou. Na época, o líder na Assembleia, Afrânio Boppré, fazia duras críticas ao governo e impediu essa aproximação. Aí, Luiz Henrique deu uma guinada e foi na direção de Jorge Bornhausen, que, naqueles dias, era a grande liderança do PFL nacional. Como sabemos, catarinense da gema.

Gesto

O que ocorreu? LHS renunciou em 2006, para que seu vice, o emedebista Eduardo Moreira, completasse o mandato. Até porque ele propôs isso, desafiou o governador para que renunciasse. Mas Esperidião Amin, em 2002, disputou a reeleição no cargo. Luiz Henrique dizia que não havia igualdade de condições. E foi isso que ele fez em 2006. Disputou a reeleição, mas fora do cargo, e ganhou novamente de Amin.

Homem de sorte

Eduardo Moreira teve o mandato-tampão. Como LHS concorreu novamente, pegou como vice o então senador Leonel Pavan, do PSDB, que se elegeu senador junto com ele em 2002.

MDB

Leonel Pavan, de vice, tinha como primeiro suplente Neuto de Conto, que virou senador. Em 2010, Luiz Henrique renuncia novamente para concorrer ao Senado. Então, Leonel Pavan vira governador. Também em mandato-tampão.

Tucano

Quatro anos depois, Luiz Henrique escolhe para companheiro de chapa um outro tucano, Paulo Bauer. Os dois disputaram o Senado. Bauer, à época, tinha dificuldade de reeleição à Câmara Federal. Mesmo assim, Luiz Henrique o elege senador. Durante a campanha daquele ano, LHS chegou a dizer que quem não votasse em Bauer não precisava votar nele. O emedebista se elegeu e carregou junto Paulo Bauer.

Senado

Naquela eleição de 2010, o candidato ao governo, Raimundo Colombo, que havia sido candidato ao Senado em 2006, na reeleição de Luiz Henrique, como representante do PFL, tinha como primeiro suplente o também emedebista Casildo Maldaner que, como Neuto, completou o mandato no Senado da República.

Reeleição

Raimundo foi reeleito em 2014 novamente no primeiro turno e mais uma vez com Eduardo Moreira de vice. Moreira que teve a oportunidade de um segundo mandato-tampão, quando Raimundo Colombo concorreu ao Senado e foi derrotado.

Dário

Nesse meio tempo, importante lembrar, LHS ainda elegeu Dário Berger senador. O ex-prefeito da Capital tinha poucas chances de se eleger deputado estadual, mas virou senador pela força de Luiz Henrique.

Tripé

Então, nessa articulação, Luiz Henrique proporcionou quatro anos de senador para dois correligionários: Neuto e Casildo. Dário teve um mandato de 8 anos. E sem esquecer o mandato-tampão para Eduardo Moreira e Leonel Pavan; mandato de senador para Paulo Bauer; dois mandatos de governador para Raimundo Colombo, além dos dois dele.

História

Ou seja, ele fez uma grande articulação, o seu projeto partidário foi ampliado e compartilhado com todos os partidos e as lideranças, avançando, crescendo, ganhando espaço, diferentemente do que se observa hoje com o Jorginho Mello.

Individualismo

Jorginho Mello, fechado em copas, enclausurado, propõe ampliação da aliança com o MDB e com o PP, mas com pequenas participações. Trata-se de um projeto individualizado. E por isso, as reações daqueles que percebem que, na verdade, estão apenas sendo usados numa composição, sem envolvimento efetivo numa gestão compartilhada.

foto>arquivo, divulgação

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