Coluna do dia

O cenário em São José

Daqui a um ano, estaremos já em plena fase de pré-campanha eleitoral com vistas ao pleito municipal de 2024. Pela primeira vez, poderemos ter um quarto município catarinense com a possibilidade de realização do segundo turno. Desde que a legislação eleitoral brasileira estabeleceu esse parâmetro, dos 295 municípios catarinenses, apenas três tiveram dois turnos. Joinville, Florianópolis e Blumenau.
Pela ordem, poderemos ter São José, que é o quarto maior colégio eleitoral do Estado. E faltam aí dois, três mil eleitores para que tenhamos a possibilidade de dois rounds eleitorais em território josefense.
Não foram uma nem duas eleições ali, inclusive na última, que o eleito chega lá com pouco mais, pouco menos de 30% dos votos, percentual bem distante da maioria do eleitorado.
Quando se disputa um pleito com previsibilidade de dois turnos, o segundo exige que o vencedor conquiste a maioria dos votos válidos.

Contornos

O panorama em São José poderá ser completamente diferente dos pleitos mais recentes. Ainda mais numa semana em que a ex-prefeita e antecessora do atual governo Adeliana Dal Pont desfiliou-se do PSD, partido que abriga o atual prefeito, Orvino Ávila.

Caminhos diferentes

Ela rompeu com ele, alegando que o prefeito não retribuiu o apoio que lhe emprestou em 2020.

Aliado

Orvino, aliás, fechou com Júlio Garcia à Assembleia no ano passado. Adeliana foi candidata, mas não se elegeu.

No páreo

Ela agora externa disposição para tentar dar o troco ao prefeito. Admite a possibilidade de ser candidata, quem sabe pelo MDB ou mesmo pelo PP.

Histórico

Um detalhe curioso que precisa ser relembrado. Talvez o prefeito não tenha apoiado Adeliana no passado porque lá atrás ele não era o nome da preferência dela. Estamos falando de 2020. A então prefeita só o admitiu como candidato quando Orvino trouxe o MDB para o projeto.

Grupo

Tudo com as bênçãos do então senador Dário Berger, que foi prefeito duas vezes em São José. Adeliana acabou aceitando a candidatura de Orvino. Dário indicou o vice Michel Schlemper, muito ligado a ele.

Liderança

Tanto é verdade que o vice também trocou o MDB pelo PSB, partido de Dário atualmente. Tudo leva a crer que o ex-senador estará apoiando a reeleição de Orvino.

Olho no olho

É um cenário que nos permite projetar o seguinte: se houver segundo turno no pleito josefense não está descartada a possibilidade de um enfrentamento na grande final envolvendo o atual prefeito e sua antecessora.

Influência

Não custa rememorar que Dário Berger é um grande eleitor em São José. Muito mais do que em Florianópolis. Trocando em miúdos: Orvino Ávila poderá ter um cabo eleitoral estratégico e decisivo.

Retorno ao MDB

O vice-prefeito, Michel Schlemper, está desembarcando do PSB, para onde migrou acompanhando o ex-senador Dário Berger no ano passado. Os dois militavam há muito tempo no MDB.

Costurado

Schlemper já acertou seu retorno ao Manda Brasa diretamente com o presidente estadual do partido, deputado federal Carlos Chiodini.
Vale registrar que muitos emedebistas de São José nunca deixaram de tratar Schlemper como um dos seus, como uma liderança do partido na cidade e na região.

Pressão eleitoral

A volta de Michel Schlemper ao MDB contextualiza-se nas articulações políticas com vistas à reeleição do prefeito Orvino de Ávila (PSD). O alcaide, aliás, reformulou recentemente seu colegiado, estreitando ainda mais os laços com a Câmara de Vereadores.

Ali, não

Importante salientar que o retorno do vice-prefeito às hostes emedebistas inibe qualquer possibilidade de ingresso da ex-prefeita Adeliana Dal Pont na sigla.

Máquina estadual

A antecessora de Orvino anunciou o desembarque do PSD e uma das opções dela seria assinar ficha no MDB, porta que já se fecha com a presença de Michel Schlemper no partido.

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