Nada menos do que 10 candidaturas foram registradas em Florianópolis com vistas às eleições deste ano. Deste total, dá pra considerar que cinco postulações são pra valer. Ao natural, teríamos uma polarização entre os dois principais personagens do último pleito: o atual prefeito Gean Loureiro e a deputada federal Angela Amin. Naquela eleição, o então prefeito César Souza Júnior não concorreu e Angela ocupou o espaço dele. Gean tentava chegar ao paço pela segunda vez, pois havia sido derrotado por César Souza em 2012.
Mas não se pode desconsiderar possíveis surpresas advindas das urnas, assim como ocorreu em 2018 com o próprio governador Moisés da Silva. Em eleições municipais, aliás, o eleitor tem até mais facilidade em gerar surpresas. E não é de hoje.
A tendência neste momento é que pelo menos um dos dois – Gean ou Angela – esteja no segundo turno. Há, contudo, que se considerar outras forças. A esquerda enfim conseguiu se aglutinar em Florianópolis. Tirando o PSTU, que não tem representação na Câmara e lançou uma candidata, todos os demais partidos estão com o professor Elson Pereira, do PSOL. O PT indicou o vice, com apoio de PDT, PSB, PCdoB, Rede e por aí vai.
Essa união histórica traz boas perspectivas aos canhotos? Não. E não se trata do perfil do candidato, mas sim do histórico estrago feito pelo PT em 14 anos de poder, ainda muito vivo na memória do eleitorado.
Histórico eleitoral
Além de Elson Pereira, há outras duas alternativas em chapa pura na Capital. Pedrão Silvestre, que em 2016 fez a maior votação da história de Santa Catarina numa eleição para vereador. Ele saiu do PP justamente porque percebeu que não teria espaço. Abrigou-se no PL. Pode correr por fora. Tem um nome mais conhecido na cidade, embora ainda precise capilarizar sua presença pois eleição para prefeito é bem diferente da de vereador.
Nome novo
Outro que pode correr por fora é o advogado Orlando Silva, do Novo. Tem como vice um médico oftalmologista, mas é absolutamente desconhecido do grande público.
Depõe contra?
Há algumas variantes que podem fortalecer o surgimento de uma onda alternativa. Sobretudo incongruências daqueles que poderiam novamente polarizar o pleito. Começando pela deputada Angela Amin. Ela atraiu, pelo menos formalmente, o apoio do MDB. Significa, por exemplo, que o ex-governador Eduardo Pinho Moreira, estará no palanque dela? Lembrando que o senador Esperidião Amin se recusa a sequer cumprimentar Pinho Moreira.
Inimigos
Quando foi surpreendido pela vitória de Luiz Henrique da Silveira lá em 2002, numa chapa que tinha o próprio Moreira de vice, Amin o ignorou olimpicamente. Além de não cumprimentar o vice eleito, o governador que passava o bastão sequer o citou no discurso de transmissão do cargo. Outra: Angela Amin terá Dário Berger em seu palanque? Foi o atual senador quem desbancou o candidato dela, Chiquinho de Assis, em 2004. Em 2008, o emedebista foi à reeleição e bateu Esperidião Amin no segundo turno.
Digestão
É uma situação complicada. Resta saber como o eleitor vai observar isso. Como contrapeso, digamos, a presença do PSDB na chapa de Angela Amin, agrega. O partido tem uma certa força na cidade e o fato é que o vice permaneceria o mesmo, considerando-se que João Batista Nunes é o atual vice-prefeito da Capital.