Dando sequência à avaliação do cenário após as definições das chapas na Capital do estado, a outra candidatura considerada de ponta, mas que pode sofrer com incongruências é a do prefeito Gean Loureiro. Ele tem o apoio do PSD, partido que está no epicentro da Operação Alcatraz. Novos fatos podem surgir durante o desenrolar da disputa.
Gean também saiu do MDB e se abrigou no DEM, partido de Rodrigo Maia, transferência que teria envolvido de R$ 4 a R$ 5 milhões do Fundo Partidário do Democratas.
O atual alcaide tratou de levar o pescoço do vice, João Batista Nunes (PSDB), à guilhotina. Substituiu o tucano por um empresário bem sucedido, Topázio Silveira Neto. Consta que o sucesso empresarial do candidato a vice pesou muito na decisão, pelo perfil construído em sua trajetória, mas também a possibilidade de ele contribuir para campanha. Poderio financeiro e também a pressão do marqueteiro do projeto, que insistiu muito para que a troca na chapa majoritária se concretizasse.
Preterido, o PSDB bandeou-se para o projeto da deputada e ex-prefeita Angela Amin, do PP. E João Batista é novamente candidato a vice, só que agora contra o próprio Gean Loureiro.
Unilateral
Agora, a grande dúvida mesmo sobre o futuro de Gean Loureiro é sua condução durante a pandemia. Ele vinha muito bem até a chegada de julho, quando deu aquela derrapada gigante de voltar com o lockdown sem consultar absolutamente ninguém.
Eficácia zero
A decisão pegou muito mal, contrariou muita gente e não teve qualquer eficácia na prática, pois as demais cidades conurbadas da Grande Florianópolis não acompanharam a canetada extrema do prefeito da Capital.
Não cola
Ainda sobre a questão da troca de vice, com o atual indo para uma candidatura de oposição. Movimento até parecido ocorreu com o professor Rodolfo Pinto da Luz, que foi vice de Gean Loureiro em 2012, quando perdeu para Cesar Souza Júnior, que nomeou o ex-reitor da UFSC na Secretaria da Educação. Como César em 2016 não buscou a reeleição, Ângela convidou Rodolfo para compor chapa. Por azar, Rodolfo perdeu as duas, mas querer fazer comparações para defender a troca promovida, já é forçar demais a barra. Alhos e bugalhos não são a mesma coisa.
Esquerda no divã
A situação de Elson Pereira, do PSOL, embora tenha um histórico de duas eleições competitivas, em 2012 e 2016, não é das mais tranquilas em termos de projeções. Considerando-se o péssimo resultado das esquerdas em 2018, mesmo tendo reunido todos os partidos de esquerda, com exceção do PSTU, a missão eleitoral é desafiadora.