Como já era de se esperar, vazaram detalhes da delação premiada de um dos executivos da Odebrecht (lembrando que mais de 70, além do Príncipe Marcelo Odrebchet, estão abrindo o bico). E o sismo inicial é de altíssimo grau de abate na escala da corrupção. Atinge em cheio o presidente da República, Michel Temer, que assumiu depois do impeachment de Dilma Rousseff justamente por malfeitos administrativos e políticos de toda ordem.
Temer é do PMDB, assim como Moreira Franco, Geddel Vieira Lima, Eliseu Padilha, Renan Calheiros, Romero Jucá e Eunício Oliveira. Toda essa turma foi delatada por Claudio Melo Filho, homem de confiança do herdeiro do império Odrebrecht. O modus operandi é o de sempre, com varrições pontuais.
As contas iniciais com base no que revelou o ex-executivo indicam que a generosa empreiteira teria “ajudado” políticos com módicos R$ 88 milhões entre 2006 e 2014, irrigando as arcas das campanhas eleitorais de PT, PMDB, PSDB, DEM, PR e mais seis partidos. Dinheiro público desviado de obras e ações envolvendo a viúva.
Eu já sabia
Aquilo de que todo o cidadão comum passou a desconfiar de forma mais consistente a partir da Lava Jato agora começa, importante repetir, começa, a ser revelado em detalhes. A delação do fim do mundo chegou. Seu impacto ainda precisa ser avaliado com calma, mas já se começou a falar na deposição de Temer, cuja popularidade despenca.
Caminhos
A degola do vice que foi guindado à titularidade pode ser dar pela via parlamentar ou eleitoral, já que o TSE finalmente sinalizou que deve julgar em 2017 o processo que aponta propina cabeluda nas contas da campanha de Dilma/Temer em 2014. Apertem os cintos, o piloto sumiu; e o co-piloto e os tripulantes estão em vias de partir para o abismo.
Berlinda
Nesta delação, o grande partido atingido é o PMDB. Será que vai fazer companhia ao PT na bacia das almas que pode levar ao desmonte e à possível extinção? O PSDB também vai entrando cada dia mais na linha de tiro, assim como outras legendas menores, como o PP e o PR.
Ilha
Por ora, nenhuma delação ou denúncia consistente, exceção feita a João Pizzolatti e Ideli Salvatti, a políticos de Santa Catarina!
Balela
A parolagem de que a Lava Jato existe para perseguir o PT perde qualquer tipo de apelo depois das revelações do fim de semana. Na conversa fiada mais esdrúxula, os fanáticos de Lula da Silva e companhia poderão dizer que a força-tarefa persegue o PT e o PMDB.