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O Dia em que Dilma pediu apoio do Exército para decretar Estado de Defesa

O ex-senador e ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, está distribuindo, nas suas redes sociais, o link para o texto de uma matéria publicada pelo site Brasil Sem Medo. Deveras interessante o relato do político amazonense. O mesmo PT, em conluio com o STF e a KGB, ou melhor, a Polícia Federal, aventou seriamente a aplicação de um golpe de estado quando já era iminente e irreversível o impeachment de Dilma Roussff em 2016. Surpresos? Para o blog a surpresa é zero. Um dos modus operandis mais ativos da esquerda é acusar seus adversários daquilo que eles pensam e praticam! Confira:

“Há exatos nove anos, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, despachava em seu gabinete no Palácio Rio Branco quando um assessor lhe anunciou a presença do general Eduardo Villas Boas. Ambos eram amigos desde que Villas Boas assumira o Comando Militar da Amazônia. Homem de poucas palavras, o militar foi logo ao assunto:

Arthur, desculpe por aparecer sem agendar um horário. Eu vim lhe pedir um conselho.

Ora, Villas! Comigo você sabe que não precisa agendar horário. Diga lá, em que eu posso aconselhá-lo, meu amigo?
Há alguns dias, eu fui chamado pela presidente Dilma em Brasília. Ela quer que eu assuma o Comando do Exército. Você acha que devo aceitar?

O prefeito sorriu e disse ao amigo:
Você sabe que o admiro muito, Villas. Na minha opinião, você é o maior líder militar brasileiro desde o Marechal Lott. É claro que você deve aceitar. No Comando do Exército, pode ser que lhe proponham algum absurdo — e você não é um homem de aceitar absurdos. Pode ser que lhe proponham algum ato inconveniente — e você não é homem de permitir inconveniências. Pode ser que lhe proponham um ato de covardia — e você não é covarde. Aceite, Villas. Ou o cargo pode ser ocupado por alguém capaz de absurdos, inconveniências e covardias.

Em fevereiro de 2015, um mês após o início do segundo mandato de Dilma Rousseff, Eduardo Villas Boas assumiu o Comando do Exército Brasileiro.

Em abril de 2016, Arthur Virgílio recebeu uma chamada no celular.

— Bom dia, Villas. Tudo bem, meu amigo?

— Arthur, você pode vir para Brasília? Preciso novamente do seu conselho.

— Claro que sim, meu amigo. Posso levar comigo o senador José Agripino?

Pode trazê-lo, sim. Tenho muito apreço pelo senador.

Dias depois, Arthur Virgílio foi até a sede do Exército em Brasília, acompanhado por José Agripino. Imaginou que seria uma reunião a três, mas se surpreendeu quando foi levado a uma sala onde estava o Alto Comando do Exército.

Villas-Boas deu início à reunião e pediu a palavra.

Senhores, tenho um relato a fazer.

E o relato ouvido por Arthur Virgílio naquele dia foi basicamente o seguinte:
O Congresso Nacional havia marcado para 16 de abril, um domingo, a votação do impeachment de Dilma Rousseff. Com a popularidade baixíssima, a economia em franca decadência e o maior escândalo de corrupção da história — batizado de Petrolão —, o governo petista naufragava a olhos vistos. Em manifestações populares gigantescas, milhões de brasileiros pediam o impeachment de Dilma e a prisão do seu padrinho e antecessor Lula. Em um hotel de Brasília, Lula montou uma base de operações para convencer parlamentares a não votar pelo impeachment.

Foi nesse contexto que Dilma chamou o comandante Villas Boas para uma reunião no Palácio do Planalto. Visivelmente nervosa, ela tentou quebrar o gelo fazendo elogios ao comandante.

General, eu gostaria de agradecer ao senhor pelos serviços que tem prestado ao país.
Eu é que devo agradecer, presidente. A senhora me convidou para o cargo, eu aceitei, e esse foi o ponto alto da minha carreira.

— Pois então, general. Mais do que o seu agradecimento, agora estou precisando da sua solidariedade. Estão sendo acossada e atacada por todos os lados. Estão querendo o meu impeachment sem que eu tenha cometido nenhum crime! Eu pretendo decretar o Estado de Defesa e preciso do seu apoio como Comandante do Exército.

Villas Boas ficou atônito, mas disse:
— Presidente, a senhora sabe que eu não sou um homem de muitas palavras. Mas vou dizer com clareza aqui: ao decretar o Estado de Defesa, o governo estaria proibindo manifestações públicas pacíficas. Para isso, a senhora não conte nem comigo, nem com o Exército Brasileiro.

A reunião terminou rapidamente, as manifestações populares continuaram e Dilma sofreu o impeachment por suas pedaladas fiscais, após um longo processo no parlamento. Em agosto de 2016, no entanto, graças a Renan Calheiros e Ricardo Lewandowski, o impeachment de Dilma foi “fatiado”. Ela perdeu o mandato, mas não os direitos políticos. Em 2018, candidatou-se ao Senado por Minas Gerais e foi derrotada.
Recentemente, Arthur Virgílio foi às redes sociais para recordar o infame pedido de Dilma Rousseff. Procurado pelo BSM, o ex-ministro declarou:

— A tentativa de golpe por parte de Dilma e do PT é algo incomparavelmente mais concreto do que todas essas acusações frágeis ao ex-presidente Bolsonaro. Às vésperas da votação do impeachment, Dilma e o PT tentaram proibir as manifestações pacíficas do povo brasileiro e pressionar deputados e senadores para que não votassem o impeachment. Queriam fazer isso com o apoio do Exército, ou seja, com a força das armas.

Sobre as atuais acusações contra Bolsonaro, Arthur Virgílio é enfático:

— Outro dia eu vi na TV que Bolsonaro teria participado de um suposto plano de golpe. Suposto: pode ser verdade ou não. Plano: não se realizou. Golpe: não houve. Tudo com base em uma minuta que não foi assinada e jamais foi colocada em prática. Aí prendem o presidente do maior partido de oposição por posse de arma e de uma pepita de ouro. No caso da Dilma, houve não apenas um plano, mas uma tentativa real de calar as manifestações e intimidar o Congresso. E ela ainda ficou com os direitos políticos!

Arthur Virgílio também afirma que não existe qualquer relação entre o “suposto plano de golpe” e os atos de vandalismo do dia 8 de janeiro.

— Eu não posso acreditar na inteligência ou na boa fé de uma pessoa que diga que houve tentativa de golpe ali. Está claro que não houve tentativa. Eram alguns pés-rapados que estavam ali, desarmados e desorganizados, para desabafar, para demonstrar seu descontentamento com o resultado eleitoral — um resultado muito apertado, enfim. Alguns exageraram no desabafo, cometeram atos de vandalismo, mas deveriam ser punidos de maneira proporcional ao que realmente fizeram. Condenar essas pessoas por tentativa de golpe de estado é um insulto. Condenar pessoas comuns, que jamais haviam cometido crime algum, a penas de 17, 18 anos, maiores que as penas de homicidas, é uma afronta à inteligência dos brasileiros. A única tentativa de golpe de estado na história recente aconteceu em 2016 — o golpe da Dilma, do Lula e do PT.
ESSE SIM É GOLPE.”

foto>Eduardo Villas Boas posa ao lado de Arthur Virgílio no dia de sua posse como comandante do Exército

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