Artigos

O fenômeno Pablo Marçal

Ralf Zimmer

A classe política está embasbacada em ver a projeção de Pablo Marçal para a prefeitura de São Paulo.

Sem fundo partidário. Sem militância. Sem tempo de rádio e TV. O multi empresário arrebentou nos debates e as redes sociais multiplicaram suas lacradas.

Alguém poderia objetar que a lacração seria política miúda, que a sociedade merece um debate mais aprofundado.

Desceis dos pupitos acadêmicos e observar a realidade: a população tá de saco cheio do joguinho de cartas marcadas. Dos mesmos de sempre.

Quando Bolsonaro virou mito em 2018 o clima já era de insatisfação com  a classe política tradicional.

Ocorre que, Bolsonaro e o PL não são donos do bolsonarismo, visto o último como um movimento contra o sistema.

A população de São Paulo ao perceber que o PL se escondeu atrás do medebista [insonso] Nunes, e que este se abraçou na campanha de Joyce Hassemann, não está pensando duas vezes, migrou para Marçal.

A ciumeira de Carlos Bolsonaro, que já percebe tardiamente que não apita bolufas no sentimento anti-sistema de grande parte do eleitorado tem sido um ingrediente a mais para o crescimento de Marçal.

O melhor de Marçal é que ele bate a real da dita direita à esquerda tradicionais.

Tarcísio Freitas tem nas suas origens serviços prestados ao PT. Zema é cria do Amoedo, que apoiou Lula na hora da onça beber água. Caiado tem idade avançada e passado não tão orgulhoso. Ratinho Junior tem o pai famoso.

Marçal tem garra, história de sucesso e de multiplicação do sucesso aos seus seguidores. Tem ideias disruptivas. Coragem. Capacidade. E o melhor de tudo, não tem medo de bater de frente com o sistema.

Paulo Figueiredo, o mimado Neto do ex presidente, ditador Figueiredo, que choraminga esfarrapado pratiotismo de sua mansão da Flórida, também levou bronca. E com razão. Fosse homem honrado tava dando a cara para lutar daqui pelo Brasil, não para ficar de mi-mi-mi na Internet no ar condicionado do “Tio Sam”.

A classe política precisa entender uma coisa: a população cansou dos mesmos. Da mesma ladainha. Dos mesmos modelos de conchavos. Essa nova geração quer força da palavra aliada a congruência com ações efetivas. Quer quem não dependa de cargos comissionados e fundo partidário para sobreviver e para nos governar.

Quem tem que se posicionar é Jair, acaso se renda ao sistema/Nunes, será atropelado junto por Pablo.

No entanto,  optando Jair voltar às suas raízes anti-establishment e abraçando assim Marçal, este leva a prefeitura de São Paulo, e a direita ganha músculos para poder voltar ao Planalto em 26.

Sair da versão mobile