Eliane Cantanhêde, O Estado de S. Paulo
“Vença ou não o impeachment – que chega a este domingo como tendência, apesar de tremeliques de última hora –, Dilma Rousseff, Lula e o PT são os grandes derrotados desse processo, que tem uma longa história, desde virar as costas a Tancredo, à Constituinte, a Itamar, ao Plano Real, com um ponto comum em todos esses momentos: o “nós” contra “eles”. Enfim, a realidade se impõe novamente: o “nós” é minoria, o “eles” é a maioria. A maioria da sociedade cansou da arrogância e da beligerância dessa minoria.
Apesar de o governo martelar dentro e fora do País a versão do “golpe”, não foi a oposição (muito menos o PSDB) que articulou o impeachment, redigiu e assinou o pedido de abertura, mobilizou milhões de brasileiros nas ruas, explodiu a base aliada. Em paralelo ao poderoso processo de inclusão social dos anos Lula, os responsáveis por tudo o que se está vendo e vivendo foram Dilma, Lula e o PT.
A presidente, pela incompetência, o destempero e a incrível capacidade de destruir a economia nacional. Lula, por se sentir Deus e dono do País, tomar de assalto a máquina, as estatais, os fundos de pensão e adotar a rotina da provocação à maioria que está em todas as classes de renda e em todas as regiões, estuda, trabalha, mora, produz, compra, vende. O PT, por jogar fora suas bandeiras e sua história pelo poder efêmero, esbaldando-se com adversários históricos e de passado duvidoso, incapaz de cobrar coerência e até decência do seu grande líder.”
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