Região produtora, organizada e de um povo aguerrido e humilde, o Oeste vem sendo vilipendiado por autoridades de todas as esferas ao longo da história catarinense.
Na década de 1960, o governo estadual, ciente do abismo que separava a região do restante de Santa Catarina, pelas mais variadas situações, criou a Secretaria de Negócios do Oeste.
Um dos objetivos era levar aos oestinos, que eram muito mais próximos do Rio Grande do Sul, o sentimento de pertencer a Santa Catarina.
A pasta existiu por 30 anos, não solucionou o problema, foi extinta e a situação permanece quase que inalterada. Luiz Henrique da Silveira criou as secretarias regionais. Várias delas ficavam no Oeste, mas, noves fora a parte política, de concreto mesmo quase nada mudou. Os descasos oficiais com a população e os empresários da região chegaram ao limite.
O Oeste, pontuam alguns líderes empresariais, não aceita mais ser a condição de “território de segunda categoria, abandonado e desvalorizado.”
Região sufocada
Diante deste quadro, várias entidades empresariais assinaram um contundente manifesto para chamar a atenção das autoridades. A crônica falta de investimentos em infraestrutura está sufocando a região.
Impostos x retorno
A Associação Comercial e Industrial de Chapecó (ACIC), o Centro Empresarial (CEC), a FAESC e as vice-presidências regionais da FIESC, FACISC e FECOMÉRCIO reclamam de uma relação de extrema injustiça na qual os impostos arrecadados não retornam em obras e serviços.
Competência x incompetência
Apontam que as deficiências de infraestrutura anulam os ganhos de eficiência das empresas e ameaçam o futuro da região.
Futuro sombrio
As entidades advertem que “a manutenção desse quadro de insuficiências decretará, em curto e médio prazo, a fuga de capitais, a evasão de empresas, a transferência das agroindústrias para o centro-oeste brasileiro, a destruição de empregos e o início de um perigoso movimento de entropia e desindustrialização”.
Representatividade
Vale lembrar que tanto na Alesc como na Câmara Federal a região Oeste tem parcelas importantes das cadeiras. Um quarto, ou 25%, dos 16 deputados federais têm base ali. O mesmo percentual ocorre entre as 40 cadeiras de deputados estaduais.
Senador e vice
Também vêm do grande Oeste de Santa Catarina um dos três senadores do Estado, Jorginho Mello, e a vice-governadora, Daniela Reinehr.
Incógnita
Com bancadas fortes e lideranças destacadas no cenário estadual, fica ainda mais difícil de entender a falta de investimentos nesta parte tão importante de Santa Catarina. Está faltando união, articulação, mobilização? Enfim, cabem várias reflexões ante o desabafo de seus moradores e a insatisfação generalizada com o tratamento dispensado pelo poder público.
Força
Vale lembrar que há mais de 100 municípios, um pouco mais de um terço dos 295 que existem no Estado, no que se convencionou chamar de Grande Oeste. A força da agroindústria, um dos pilares da economia deste país e os nossos bravos colonos, em sua maioria, estão no Oeste.
Onde enfrentam, além de todo o descaso dos poderes, estiagens impiedosas que se alternam algumas vezes com chuvas em excesso. O colunista subscreve o manifesto por concordar que a situação passou de todos os limites.