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O papel estratégico de Moreira

Eduardo Pinho Moreira vai ter papel estratégico  no futuro político do prefeito de Joinville, Udo Döhler (foto). Ele tem prazo para renunciar, ou não, à prefeitura, habilitando-se a disputar o governo do Estado, até 7 de abril.

Se Moreira mantiver a pré-candidatura, Udo vai completar o mandato. É muito pouco provável que o joinvilense deixe a prefeitura para ser candidato ao Senado. Será que a cidade aceitaria? O vice de Udo é um homem correto, íntegro, mas também um ilustre desconhecido do mundo político e empresarial.

Por outro lado, se o governador em exercício fechar com Udo Döhler, o prefeito deixa o cargo e vem para a disputa. Primeiro interna, nas hostes do MDB, onde o apoio de Moreira também traria para o grupo os ex-governadores Casildo Maldaner e Paulo Afonso Vieira.

Um cenário no qual o joinvilense teria chances de vitória contra Mauro Mariani, apoiado por Dário Berger. Seria uma disputa equilibrada. Porque depois da renúncia de Raimundo Colombo, Eduardo Moreira passará a ser governador de fato e de direito, tendo à sua disposição a portentosa máquina estadual. Também porque o líder emedebista foi presidente do partido por 10 anos. Outro ponto positivo é a simpatia da bancada estadual a Eduardo Moreira, força que seria transferida para Udo.

A chegada do prefeito-empresário também enfraqueceria muito o nome do próprio Mariani dentro do partido. No contexto das coligações, também desidrataria as pretensões de Paulo Bauer de encabeçar uma chapa em caso de aliança com o Manda Brasa.

Essa engenharia, com Udo candidato, poderia até mesmo levar Bauer a aceitar novamente a condição de candidato à Câmara Alta. Mas o PSDB tem a possibilidade de chapa pura. Com o próprio Bauer na cabeça ou mesmo lançando Napoleão Bernardes. Seria o fato novo. Além de prefeito reeleito da terceira maior cidade catarinense, Napoleão é jovem e carismático.

Poderia fazer o contraponto a Udo, também fato novo, mas mais velho, embora de perfil empresarial e de fora do contexto da política tradicional. Outra possibilidade: Udo na cabeça, Bauer e Mariani ao Senado, com Napoleão Bernardes de vice. De qualquer forma, se o prefeito de Joinville entrar no jogo, muda o cenário em Santa Catarina.

Foto>Salmo Duarte, arquivo, divulgação

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