Líder nas pesquisas para o Senado, o ex-governador Esperidião Amin, do PP, abriu voto, nesta reta final, para Jair Bolsonaro. Já no primeiro turno. O PP está aliado ao PSD, de Gelson Merisio. O candidato a governador fez o mesmo movimento na semana passada. Outros postulantes majoritários estão tentando surfar a onda do capitão. O que levou um dos filhos de Jair, Eduardo, a gravar um vídeo afirmando que os candidatos de Bolsonaro em SC são Lucas Esmeraldino, Senado, e Comandante Moisés, governo.
Todo esse movimento tende a trazer reflexos importantes também no pleito estadual. O comandante Moisés pode surpreender. E até suplantar o petista Décio Lima, terceiro colocado nas pesquisas.
Também já não se descarta uma aproximação de Moisés lá no topo, junto às votações projetadas pelas campanhas de Gelson Merisio e de Mauro Mariani, que duelaram, até aqui, pela liderança na preferência dos catarinenses.
Moisés se apresenta com possibilidade de roubar votos dos dois, captando sufrágios entre os eleitores de Jair Bolsonaro que iriam votar ou em Merisio ou em Mariani neste primeiro turno para governador. Ou seja, o Comandante estaria indo além do eleitorado fiel ao 17 de Bolsonaro.
Mesmo número
Convém lembrar que o número 17, o de Bolsonaro para presidente, é o mesmo número do candidato ao governo. Caso se confirme a onda de 17 no dia 7 e um dos dois ponteiros (Merisio ou Mariani) venha a patinar, Moisés poderia até mesmo ameaçar a posição de um deles no segundo round da eleição estadual. Não é provável, mas também não é impossível.
Personagem
Sem sombra de dúvidas, o Comandante Moisés transformou-se no grande personagem do primeiro turno na disputa pelo governo catarinense. Ele também é a grande incógnita com vistas ao segundo turno. Considerando-se, sobretudo, que Jair Bolsonaro deverá fazer, em Santa Catarina, a maior votação proporcional do país. Assim como já aconteceu em 2002 com Lula da Silva e em 2014 com Aécio Neves. O candidato do PSL mira, ainda, o recorde de votos nominais entre os catarinenses neste pleito de 2018. A conferir!
Guerra doméstica
O clima está fervendo na coligação Santa Catarina Quer Mais! Os dois candidatos ao Senado, Jorginho Mello (PR) e Paulo Bauer (PSDB), declararam guerra nos instantes finais da campanha.
Deslealdade
O representante do PR acionou a Justiça Eleitoral. Acusa o tucano de ter agido de “forma desleal e desonrosa ao partir para o ataque contra o Representante (Jorginho), veiculando propaganda negativa às 19:15 da data de hoje, 3 de outubro de 2018. E o que é pior, Excelência, tendo em vista a imaculada trajetória do Representante, o Representado (Bauer) utilizou-se de fotos absolutamente fora de contexto para induzir o eleitor a erro, afirmando que Jorginho Mello apoiava a Presidente Dilma,” diz trecho da representação.
Sanções
A defesa de Jorginho pediu aplicação de multa mínima de R$ 50 mil e a notificação dos veículos de comunicação para a retirada do vídeo (assista) que foi veiculado na propaganda eleitoral de Bauer.
Ex-amigos
Ao juízo, o candidato do PR ao Senado afirma que até então, os dois candidatos faziam campanhas juntos, com material casado e participando dos mesmos eventos. Jorginho também sentiu-se prejudicado porque um dos motes de sua campanha foram justamente os votos pelo impeachment de Dilma Rousseff, pela cassação de Eduardo Cunha e pela autorização de investigação contra o presidente Michel Temer.