Coluna do dia

O rei do Brasil

O ministro Alexandre de Moraes parece estar querendo incendiar o Brasil. É a única explicação plausível, palatável, para sua decisão, ilegal e provocativa, a 40 dias do pleito, determinando busca e apreensão em endereços de vários empresários. Inclusive envolvendo dois catarinenses.
Por conta de conversas de WhatsApp, onde há cerca de 250 pessoas participando. Por mais que as conversas tenham sido absolutamente inconvenientes, foram trocas de mensagens privadas. Uma vez vazadas na mídia, o ministro se sentiu no direito de avançar sobre a legislação para atacar aliados de Jair Bolsonaro.
O próprio Supremo Tribunal Federal (STF) já criou jurisprudência deixando claro que aquilo que é privado não pode redundar em nenhuma ordem jurídica, não pode originar processo.
Mas o abuso vai além. Nenhum dos empresários tem foro privilegiado, portanto não poderia partir do Supremo qualquer investigação contra eles. Se o rei Alexandre de Moraes como presidente do TSE é supostamente vítima destes movimentos antidemocráticos, que de antidemocráticos não tem nada pois nada foi efetivado, foram confabulações na direção de um golpe se Lula da Silva ganhar a eleição, ele deveria se declarar impedido.
Evidentemente que a coluna não concorda com este tipo de formulação ou encaminhamento na direção de uma ruptura institucional.

Menos, bem menos

Mas não é por isso que os confabuladores serão alcançados por busca e apreensão. Moraes, como vítima que acha que é, jamais poderia ter determinado as ações da PF. O ato dele sim é ilegal, arbitrário e antidemocrático.

Vigilância total

Punição por pensamentos? Por mais absurdos que determinados pensamentos possam ser, é algo surreal, inaceitável este tipo de imposição policialesca. É a ditadura da toga que avança a passos largos neste país.

Tratorando

O MPF e a PGR foram ignorados olimpicamente. O ministro acionou diretamente a Polícia Federal. O catarinense Luciano Hang teve seu celular apreendido, sua casa e seu local de trabalho foram invadidos. Não bastasse tudo isso, o empresário ainda teve suas redes sociais censuradas, bloqueadas.

Ladeira abaixo

Isso não pode acabar bem! Estamos vivendo um estado policialesco, onde um ministro do STF acha que é dono do mundo, o rei capaz de controlar as opiniões e agindo claramente contra um segmento da sociedade em favor de outro.

Incógnita

Se as ações prosseguirem nesse compasso nós corremos o risco, sério, de uma reação popular de segmentos consideráveis da sociedade. O que deseja o ministro? Que a população fique realmente revoltada contra a corte? Ele mais parece um delegado de polícia. Alto lá. Caso o bom senso não entre em campo e logo, esse ano pode não terminar bem.

Reações

Os dois senadores eleitos em 2018 por Santa Catarina, Jorginho Mello e Esperidião Amin, ambos candidatos ao governo, se manifestaram fortemente contra a censura e a perseguição impostas a empresários de direita. Especialmente o também catarinense Luciano Hang.

Dois pesos

“Absurdo jurídico,” disparou Amin. “Um catarinense foi censurado por quem deveria protegê-lo,” protestou Jorginho.
O deputado estadual Kennedy Nunes, do PTB, candidato ao Senado este ano, não deixou por menos. “STJ diz que print de WhatsApp não vale como prova de tráfico de drogas. Pra conversa entre amigos, pode?”

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