Manchete

O segundo turno em Joinville

O maior município de Santa Catarina já vive o clima de segundo turno para a corrida à prefeitura. Darci de Matos (PSD), deputado federal, foi o primeiro colocado, condição que era previsível. Mas as projeções de cabeças pensantes da campanha dele projetaram que o passaporte seria carimbado com patamar mais elevado de votos, na casa dos 35%, e não dos 25% que conquistou. A dúvida seria contra quem o pessedista disputaria o comando da cidade. 
O páreo é contra Adriano Silva (Novo), que fez pouco mais de 23% dos sufrágios, ficando muito próximo de seu concorrente. Quem ficou pelo caminho foi o candidato do prefeito Udo Döhler, o jovem deputado Fernando Krelling (MDB).
Ocorre que a expectativa do time de Darci de Matos era chegar à reta final contra o emedebista. Situação para a qual a coluna já havia alertado: não dava pra descartar a possibilidade de um empresário surpreender em Joinville, deixando um dos dois deputados pelo caminho. Desta vez, quem ficou foi Krelling.

Revisão de estratégia
O quadro em Joinville, de alguma maneira, obriga o staff de Darci de Matos a mudar completamente de estratégia. O candidato se preparou para, na reta final, seguir questionando e criticando o atual governo joinvilense, cujo representante no pleito era Fernando Krelling. Diante da realidade, esta ótica de se cacifar como candidato de oposição a Udo Döhler perdeu o sentido.

Experiência
Muito provavelmente, o deputado federal vai tentar  explorar a questão da experiência. O que pode ser uma faca de dois gumes. Na política, Adriano Silva realmente não tem experiência. Mas na vida empresarial, a tem com qualidade comprovada, visto que administra um grande conglomerado.

Novidade
O empresário, a seu turno, deve se apresentar como a novidade, a renovação. Não custa lembrar que esta é a terceira vez que Darci de Matos conquistou a condição de disputar a prefeitura de Joinville.

Geografia do voto
As informações que chegam indicam que nas regiões Central e Norte, Adriano Silva vai muito bem, obrigado. Já Darci de Matos é mais forte nas regiões Sul, Leste e Oeste.

Nós contra eles
Enquanto o deputado estaria melhor entre as classes mais populares, o empresário se posicionaria melhor nas classes média e alta. Naturalmente que Darci de Matos vai querer rotular o oponente com o candidato das elites, dos ricos, embutindo que ele representa os pobres.

História
Foi assim que Fernando Coruja derrotou Paulo Duarte em Lages, em 1992. Se o discurso vai pegar em Joinville quase 30 anos depois, é outra história, que ainda está sendo escrita.

Eletrizante
Agora, uma coisa é certa. O deputado federal Darci de Matos sabe fazer política, é atilado, ativo e articulado. Não pode jamais ser subestimado. Ao que tudo indica, Adriano Silva chega mais forte para o turno decisivo, mas não quer dizer que vá se eleger prefeito.

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