O PL Nacional está se estruturando para ter uma candidatura própria à Presidência da República. Quem seria o candidato? O primogênito de Jair Bolsonaro, Flávio, é uma opção para ficar na família, na questão do sangue.
A segunda opção, desde que assine ficha no PL, é Tarcísio de Freitas. Um empecilho maior do que o endereço partidário para ele, contudo, é decidir pela renúncia ao governo de São Paulo.
A terceira alternativa seria buscar um entendimento com Ronaldo Caiado, reeleito governador de Goiás. Também não se pode esquecer de Romeu Zema, reeleito de Minas Gerais. Caiado é filiado ao União Brasil e Zema ao Novo.
Enfim, as alternativas são as mais variadas. Há, também, quem raciocine que mais importante do que a Presidência da República é, efetivamente, aproveitar a renovação de dois terços do Senado da República para tentar cravar o maior número possível de senadores de direita. O foco é o Senado porque na Câmara a maioria já foi bem estabelecida em 2022.
Oposição majoritária
Lula da Silva tem passado trabalho entre os deputados. Aqui ou ali conquista uma vitória, mas, esmagadoramente, vem colecionando derrotas. Então é hora de tentar controlar, buscar uma bancada majoritária na Câmara Alta.
Margem de segurança
Evidentemente que o PL almeja eleger o presidente. Mas, continuando na oposição e obtendo maioria nas duas Casas Legislativas, será possível brecar algumas situações. Além de ter algum tipo de controle sobre aquilo que hoje está completamente descontrolado, que é o Supremo Tribunal Federal.
Dever constitucional
O Senado, além de abrigar os representantes dos estados no Congresso Nacional, tem atribuições constitucionais importantes no contexto da República. Inclusive a de sabatinar e de aprovar ministros supremos e cobrar deles a devida prestação de contas.
Lacaio
Sob a presidência do serviçal, do capacho Rodrigo Pacheco, o Senado simplesmente faz cara de paisagem ante as atrocidades constitucionais, legais e processuais cometidas sistematicamente por integrantes da suprema corte.
Frouxo
Pacheco, filiado ao PSD de Minas Gerais, fica contemporizando, fazendo média com o Supremo e o Planalto. Na verdade, ele é uma extensão do consórcio STF-Planalto.
Guinada
Agora, se a oposição eleger uma maioria lá na frente, a história poderá ser outra, porque o presidente da Casa não estará à mercê dessas circunstâncias.
Noite
A grande realidade é que hoje o governo Lula, ou desgoverno Lula, vem fazendo e desfazendo coisas do arco-da-velha, como as negociatas para favorecer o sempre suspeitíssimo Grupo JBS, e não sofre nenhum tipo de questionamento do Supremo. Nada, zero.
Dia
No governo do antecessor do atual inquilino do Palácio Planalto, a cada dois, três dias, Alexandre de Moraes, o déspota, ou algum outro ministro, despachava esclarecimentos, pedidos para o governo responder em 24 horas, 48 horas. Além de derrubar, não raras vezes, decisões tomadas a partir do poder discricionário do cargo de presidente da República, por despacho monocrático, impedindo o avanço do governo em algumas frentes.
Só alegria
A realidade é um céu de brigadeiro para o governo Lula. Por quê? Porque existe o consórcio, estão alinhados. Primeiro porque foram os senhores e senhoras ministros e ministras do STF, os responsáveis por libertar Lula e restabelecer os seus direitos políticos. Segundo porque conduziram as eleições de 2022 de forma tendenciosa, e, como cereja do bolo, ainda acomodaram Geraldo Alckmin como vice.
Estepe
Precisando se livrar do cidadão que foi importante para derrotar Bolsonaro, os supremos podem entregar o país para aquele que representa o status quo. Simples assim. Essa é a realidade.
Recordista
Foi nesse diapasão que Nikolas Ferreira, que obteve a maior votação proporcional do país, um milhão e meio de votos para deputado federal em Minas Gerais, deu uma declaração interessante. Ele defende a família Bolsonaro no Senado: Michelle pelo Distrito Federal; Eduardo Bolsonaro, que é deputado federal, por São Paulo, concorrendo ao Senado; e Flávio Bolsonaro buscando a reeleição no Rio de Janeiro.
Conexão SC
Como Carlos Bolsonaro também tem sua base eleitoral no Rio de Janeiro, onde é vereador, ele poderia transferir seu domicílio eleitoral para Santa Catarina, candidatando-se ao Senado na chapa de reeleição de Jorginho Mello ao governo.
Dupla
Mas serão duas vagas ao Senado no pleito de 2026. Poderíamos então ter Carlos Bolsonaro e um outro nome como Esperidião Amin na majoritária. E o MDB de vice. Até porque o filho 04 já está em Balneário Camboriú concorrendo a vereador, para depois ir a federal.
Linhagem
Além do 04 já estar por aqui, vale lembrar que, em 2022, Bolsonaro indicou o 06, adotivo, Jorge Seif, para concorrer ao Senado e se eleger com um milhão e meio de votos. Já andam propagando que seria influência demais dos Bolsonaros no eleitorado de Santa Catarina. O eleitor que escolhe. Não é assim nos regimes democráticos?
É do jogo
Se o eleitor está alinhado a Bolsonaro e o ex-presidente indica um filho carioca para disputar aqui, ele transferindo domicílio eleitoral, qual é o problema? Podem questionar, ainda, se nós não temos lideranças disponíveis e qualificadas? Temos. Mas hoje o quadro é esse. Santa Catarina tem ojeriza à esquerda e, particularmente, ao PT.