Manchete

O tiroteio midiático

Entre quinta e sexta-feira da semana passada, os catarinenses acompanharam uma queda-de-braço entre o governador Jorginho Mello, do PL, e o ministro dos Transportes, Renan Calheiros Filho, do MDB. Seguramente, o senador Alagoano foi pressionado por lideranças petistas de Santa Catarina, deputados e, sem sombra de dúvidas, pelo presidente nacional do Sebrae, Décio Lima, a se posicionar.

Também porque o governador já havia feito alguns vídeos atacando o governo federal, pela sua ausência, em termos de obras e investimentos, especialmente rodoviários, no estado. Movimento que certamente começou a provocar grande repercussão.
Por conta disso, Renan Calheiros apareceu com uma manifestação tentando desmentir o governador, dizendo que todas as afirmações dele não corresponderiam à realidade, que o governo Lula investiu isso e aquilo em obras em 2023 e 2024. Também falou da previsão orçamentária para 2025, oportunidade na qual fez um paralelo com o governo Jair Bolsonaro, a quem Jorginho Mello é ligado.

Rebote

Claro que viria o contra-vapor do governador. Renan soltou o vídeo na quinta-feira. Já na sexta, ou melhor, ainda na quinta à noite, Jorginho Mello se manifestou, tentando desconsiderar todas as falas de Renan.

Investimentos

E mais do que isso, apresentando obras estaduais que o governo está fazendo dentro do programa Boa Estrada, além de iniciativas da administração estadual no que diz respeito à omissão e ausência da União em BRs, que são rodovias federais.

Colapsou

Um dos maiores exemplos é o colapso da BR-101 norte. Ali existe uma situação insustentável na região de Balneário Camboriú, Itapema, Navegantes, Penha, Itajaí, considerando-se, ainda, o deslocamento também via Brusque, e daí por diante.

Paliativo

Jorginho foi além. Depois gravou outro vídeo acenando com a possibilidade de uma obra, que seria uma espécie de paliativo, para o Morro dos Cavalos, onde ocorreu recentemente aquele terrível acidente.

Túnel do tempo

É um local em que o governo federal está há 11 anos para construir dois túneis e não o faz. O governador, portanto, procura uma alternativa e chegou a dizer, em uma das publicações, que está disposto a conversar com o Renan Calheiros, que pretende sentar com o ministro para achar soluções. Para resumir a história, até o secretário da Infraestrutura, Jerry Comper, que é correligionário de Renan, foi alcançado por ele nos seus disparos.

SC tem lado

Então temos aí uma guerra política num estado essencialmente conservador, onde, evidentemente, o ministro, ressalte-se, pressionado por petistas, especialmente pelo acidente do Morro dos Cavalos, veio para cima tentando neutralizar o desgaste federal e a absoluta impopularidade do governo e do próprio presidente Lula no estado.

Fumaça

Só que isso não leva a lugar nenhum. É uma disputa político-eleitoral, exclusivamente, que não vai chegar a lugar algum.

Derrotados

Quem vai ganhar ou quem vai perder, politicamente, nesse enfrentamento, pouco importa para o catarinense. Esse sim é e continuará sendo o grande derrotado, porque não havendo convergência entre os dois governos, estadual e federal, não havendo interação, diálogo, pelo menos institucional, quem perde é a sociedade catarinense. Quem será derrotado é o Estado de Santa Catarina. Simples assim. Então seria bom um pouco mais de juízo e responsabilidade para os dois lados.

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