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Manchete

Obstáculos governistas em Lages

Lages sempre se constituiu num território, num reduto político-eleitoral emblemático no contexto catarinense.
Afinal de contas, vários governadores já saíram dali. Quem pilota o Executivo municipal atualmente é Antônio Ceron, do PSD. Ele foi reeleito em 2020 com parcos 56 votos de dianteira sobre a deputada federal Carmen Zanotto, do Cidadania.
A parlamentar se reelegeu em 2022 com mais de 120 mil votos. Está fortalecida e responde pela Secretaria de Estado da Saúde, setor mais desafiador da administração pública brasileira e onde ela faz um grande trabalho.
Em Santa Catarina, em particular, a Saúde foi relegada a segundo plano especialmente nos últimos quatro anos. Há muitas demandas acumuladas que estão sendo atacadas.
Basta verificarmos que havia 100 mil cirurgias eletivas represadas.
Boa parte da fila já foi eliminada. O trabalho avança, mas a área é muito complexa e há várias frentes nas quais o governo precisa trabalhar.

Caminho

Carmen é, evidentemente, o nome natural de Jorginho Mello para disputar a prefeitura da cidade.

Atravessada

Havia a possibilidade de ela apoiar o deputado estadual Lucas Neves, do Podemos. Ocorre que na eleição de 2020 o parlamentar recusou convite para ser vice de Carmen Zanotto e disputou a eleição na cabeça de chapa. Ficou em terceiro. Considerando-se o placar apertadíssimo no último pleito municipal em favor de Ceron, evidentemente que uma chapa Carmen/Lucas teria vencido a eleição.

Nariz torcido

Traduzindo, a movimentação do hoje deputado estadual criou uma dificuldade para uma composição em 2024. Ele é pré-candidato. Movimenta-se claramente nessa direção. Por outro lado, é possível perceber, constatar que Carmen Zanotto gostaria de continuar seu trabalho à frente da Secretaria da Saúde.

À mesa

Para isso seria necessário um entendimento do PL com o Podemos. Lucas Neves não vai trocar de sigla para assinar no Partido Liberal agora. A janela só vai abrir em março de 2026. Uma mudança antes disso daria a possibilidade de o Podemos reivindicar o mandato dele.

Alinhamento

O presidente estadual do Podemos é outro deputado, Camilo Martins, muito bem afinado com Jorginho Mello. Tanto é que o prefeito de Palhoça, Eduardo Freccia, que foi secretário de Camilo, deve assinar ficha no PL.

Pessedista

Paulinha da Silva, o terceiro nome do Podemos na Alesc, está com quase dois pés no PSD, sigla pela qual projeta uma candidatura de deputada federal em 2026. O marido dela, Paulo Dallago, prefeito de Bombinhas, já assinou ficha no PSD, partido do qual a deputada participa constantemente das reuniões.

Atuação

Em Lages, o governador precisará aparar todas estas arestas para encaminhar uma eleição de “morro abaixo” como diria Luiz Henrique da Silveira. Sobretudo nestas duas frentes: as dificuldades entre PL e Podemos e entre Carmen Zanotto e Lucas Neves. Os liberais poderiam indicar o vice com o compromisso de mais adiante o deputado estadual filiar-se ao PL.

Vácuo

Por outro lado, se Carmen sair candidata seria favoritíssima, mas como ficaria a Saúde estadual? Não há peças de reposição do mesmo nível da deputada federal no mercado.

Saliva

Ou seja, o quadro na maior cidade da Serra, que é um dos seis polos de Santa Catarina, ainda é meio nebuloso e exigirá muita conversa para a convergência de interesses entre lideranças que militam no mesmo campo de atuação.

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