A edição da Revista IstoÉ (foto reproduz a capa) desta semana traz revelações que, segundo o periódico, constam no acordo de delação premiada de Marcelo Obdebrecht, até o ano passado chamado de príncipe do empresariado brasileiro.
O herdeiro de Emílio Odebrecht, antevendo que poderia apodrecer no xilindró se não entregasse os chefões do esquema político, resolveu abrir o bico. O que só reforça a sensação de que a Lava Jato está no caminho certo, pois até bem pouco tempo atrás se alguém dissesse que ele passaria anos atrás das grades, seria chamado de louco.
O ex-príncipe entregou Lula da Silva (mais uma vez delatado), Dilma Rousseff (novamente), mais de 100 parlamentares e 20 governadores e ex-governadores, aos investigadores federais. A delação ainda não foi homologada pelo ministro Teori Zavascki, o que pode ocorrer até o final deste mês. A prisão do ex-metalúrgico parece, cada vez mais, apenas uma questão de tempo.
Bolada
Somente ao papa do petismo que, na maior cara-de-pau, continua a incitar seu séquito de fanáticos contras as investigações e instituições, a Odebrechet teria repassado, em dinheiro vivo (o modus operandi clássico da corrupção), cerca de R$ 8 milhões entre 2012 e 2013. Para se ter uma ideia do que significa esse valor, um trabalhador que recebe salário mínimo, com direito a décimo terceiro, teria que trabalhar 70 anos, sem gastar absolutamente nada (desconsiderando-se taxas de juros) para poupar R$ 8 milhões.
Números astronômicos
Ainda de acordo com a reportagem da Revista IstoÉ, a empreiteira estaria reconhecendo que pagou aproximadamente R$ 7 BILHÕES em propinas em diversos países. A Odebrecht tem 200 mil funcionários e faturamento anual, relativo a 2015, de R$ 135 bilhões.
Tripé
A delação de Marcelo Odebrecht atinge principalmente PT e PMDB, inclusive ministros de Michel Temer. Mas também não deixará ileso o PSDB.
Dilma
Já é citada 18 vezes em negociações que envolveriam diretamente o pagamento de propina. Questão de tempo para a aura de “ex-presidenta honesta” virar pó, assim como já virou a reputação de seu criador.