Lideranças de várias subseções protestaram sobre rumos da instituição e tentativas de calar a advocacia, como o provimento que impede debate sobre o futuro da entidade
O grupo que disputou o comando da OAB/SC em 2021, reuniu, nesta sexta-feira (30), na Capital, líderes de quase 30 subseções do Estado. O encontro foi marcado por críticas à condução da entidade em Santa Catarina e ao silêncio do Conselho Federal em episódios graves de afronta às prerrogativas da advocacia. A novidade foi a volta do ex-presidente Tullo Cavallazzi Filho, que depois de atuar nos bastidores da campanha passada, está sendo cotado para uma vaga no Conselho Federal.
Um dos discursos mais inflamados foi do advogado criminalista Leoberto Caon, ex-conselheiro estadual e federal da entidade, que mencionou o provimento que impede advogados de falarem sobre processo eleitoral até que as regras sejam publicadas. “Ouvi dizer que a OAB proibiu a todos nós de falar de eleição. A OAB está acovardada, diminuída, e saibam que não vou permitir que nos calem! Como advogado, vou defender as eleições diretas para o Conselho Federal. É preciso dar um basta e colocar no comando da Ordem quem não tenha medo de ninguém. Chega de subserviência!”, disse.
Ex-candidata à presidência da Seccional em 2021, a advogada Vivian De Gann falou sobre o silêncio da OAB em momentos críticos para a advocacia. “Quando vemos a Ordem, que é, ou deveria ser, a Casa de todos nós, se curvar a tantas ilegalidades, silenciar diante de absurdos jurídicos, se omitir diante da evidente ofensa às nossas prerrogativas profissionais, percebemos que temos que sair da nossa zona de conforto e agir”, afirmou. De Blumenau, o ex-conselheiro estadual da Ordem, Aurélio Miguel, falou sobre a frustração da jovem advocacia e garantiu que a cidade – um dos maiores colégios eleitorais da OAB/SC, vai arregaçar as mangas e trabalhar pela mudança.
Principal nome da oposição, o ex-presidente Tullo Cavallazzi Filho disse que entendia já ter dado sua contribuição à advocacia, mas que o cenário desafiador mudou sua opinião. “Quando eu vejo a nossa instituição se curvar a interesses não republicanos. Quando eu vejo advogados esmagados pela mão do Estado. Quando eu vejo a Ordem envolvida em conchavos, abrindo mão de sua independência, para acomodar amigos, eu concluo: ainda não chegou a hora de ir pra casa”, declarou, sinalizando que pode participar de forma mais ativa nos debates nacionais.
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