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Os 10 de SC!

Embora em diferentes instâncias do Poder Judiciário – o que influencia nos trâmites, duração, possibilidade de recursos e abordagem jurídica – dez políticos de Santa Catarina estão no rol de suspeitos e serão investigados pelo Ministério Público Federal no âmbito da Operação Lava Jato. Eles estão na chamada lista de Fachin, que contém 98 pessoas, incluindo-se aí quase metade dos integrantes da Esplanada dos Ministérios, 30% do Senado, cerca de 10% da Câmara, quase metade dos governadores, cinco ex-presidentes e 16 partidos políticos! Não por acaso, a delação da Odebrecht era chamada de “Fim do mundo.”

No Estado, a lista de Fachin atinge PT, PSDB e PSD, com Raimundo Colombo, Dalirio Beber (senador), Décio Lima (deputado federal), Ana Paula Lima e Jean Kuhlmann (deputados estaduais), Napoleão Bernardes (prefeito), Ideli Salvatti (ex-senadora), e os ex-prefeitos Carlito Merss (Joinville), Jaison Cardoso (Imbituba) e Roberto Carlos de Souza, o Bob Carlos (Navegantes). Legalmente, o grupo não passa de suspeito, citado por delatores. Na prática, contudo, o desgaste político é inevitável.

Pingos nos i’s

As citações a Raimundo Colombo remontam a 2010, quando ele era senador e candidato ao governo. Não guardam qualquer relação com sua gestão à frente de Santa Catarina tampouco com a realização de obras. A Odebrecht, vale lembrar, não ganhou licitação para obras públicas no Estado durante a era Colombo. Nenhum contato foi assinado em seis anos e meio de governo.

 As listas

A já famosa lista de Fachin causou um terremoto na política do Sul do Mundo. Mas é de bom alvitre pontuar que o Ministério Público encaminhou uma lista maior ainda ao STF, pedindo autorização para investigar a turma. O que o ministro Edson Fachin fez foi autorizar que o MPF instaure inquéritos relativos a uma parte da não menos famosa Lista de Janot.

 Trâmites e sangria

A partir de agora, o que for levantado, inclusive as contrarrazões, pode levar o MPF a denunciar os suspeitos ou a arquivar os inquéritos. Significa que as questões vão se arrastar. O problema é a sangria dos citados até os desfechos. O tribunal das redes sociais é bem mais célere e não costuma perdoar.

 Hors-concours

Fernando Collor de Mello, que renunciou à presidência em 1992 para não ser impedido após graves denúncias de corrupção, frequenta duas listas na relação de Edson Fachin: a dos senadores (ele representa Alagoas pelo PTC) e a de ex-presidentes, encorpada, ainda, por Sarney, FHC, Lula da Silva e Dilma Rousseff.

 Embretado

Presidente Michel Temer, que contou com interpretação equivocada de Rodrigo Janot para ficar fora da lista, vai governar como a partir de agora? Seu ministério está sob suspeita (ele também), assim como líderes importante e boa parte da base de apoio no Congresso!

 

República de Blumenau

A bela, cultural e economicamente diferenciada cidade do Vale do Itajaí, cedeu nada menos do que cinco dos 10 catarinenses à lista de Fachin. Um senador, um deputado federal (que também é ex-prefeito), dois estaduais e o prefeito!

 Apreensão

Caso o governo e o Congresso entrem em uma paralisia sistêmica, a recuperação econômica sobe no telhado, penalizando ainda mais trabalhadores, empresários, profissionais liberais, donas de casa, etc. e tal.

 Dúvida

Fachin autorizaria a abertura dos inquéritos se os pedidos do MPF fossem inconsistentes, meras especulações? A conferir!

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