Manchete

Os bastidores na Capital

A eleição em Florianópolis vem ganhando ingredientes interessantes. Por ser a Capital, evidentemente que o quadro já chama a atenção.

O PT vai ter candidato. Novamente, a canhotada não estará unida. O nome petista é o do ex-vereador Lela, que esteve em Brasília com Lula da Silva e Geraldo Alckmin; e depois com a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, consolidando sua pré-candidatura a prefeito.

O que chamou a atenção, contudo, foi a presença de Alckmin na foto com Lela.

O vice-presidente é filiado ao PSB, partido que ainda abriga Dário Berger. Bem verdade que o ex-senador andou flertando com o Podemos e agora está noivo do PSDB, partido pelo qual deve tentar o terceiro mandato como alcaide florianopolitano.

Não custa rememorar que a segunda gestão dele como prefeito da Capital foi pelo tucanato. Talvez Alckmin não tenha ficado constrangido, considerando-se o histórico de Dário Berger, um político de múltiplos partidos ao longo da carreira.

Expectativa

Mas não fiquemos apenas no PT, que está animado com a votação de Lula da Silva na Capital do estado. O grande líder perdeu por apenas 3% no segundo turno de 2022 para Jair Bolsonaro, que, em Santa Catarina, ganhou de 70% a 30% do atual chefe do Executivo.

Perfil

Florianópolis é uma cidade de funcionários públicos, universidades e por aí vai. É preciso considerar, no entanto, que os votos de 2022 foram para a figura da deidade vermelha.

Muita calma

Claro que o PT tem o seu quinhão entre o eleitorado manezinho, mas não dá para imaginar uma transferência automática de votos na direção de Lela. O ex-vereador, aliás, já tem até o slogan da campanha: “É Lula lá e Lela aqui.”

Companheiros

Os petistas trouxeram o PCdoB para o projeto de Lela, que deve ter, ainda, a presença do PDT.

Isolamento

Por ora, o PSOL, do deputado Marquito, está sozinho. Outros nomes mapeados em Florianópolis são o de Pedrão Silvestre, pelo PP; o do prefeito e favorito, Topázio Silveira Neto; e o do ex-deputado Bruno Souza, pelo PL.

Vice?

A dúvida é saber se o liberal vai encabeçar chapa ou se comporá de vice de Topázio Neto.

Ex-amigos

Mas as expectativas começam mesmo a convergir para uma possível grande queda de braço entre ex-amigos, pesos pesados da política estadual. Disputa de bastidores. Estamos falando de Julio Garcia e Gelson Merisio. Além de amigos, os dois já foram até correligionários.

Adiós

A partir de um determinado momento da era Raimundo Colombo no governo do estado, os dois romperam.  Entre outros motivos, por que Garcia não concordou com a candidatura de Merisio ao governo na sucessão de Colombo.

Ex-padrinho

O ex-candidato Merisio cresceu na política pelas mãos do deputado do PSD. Em 2018, Julio Garcia deixou o Tribunal de Contas do Estado e foi candidato novamente a deputado estadual. Sem fazer campanha em favor do correligionário Merisio, que disputava o governo. Nenhum santinho do deputado tinha a imagem do cabeça de chapa.

Passado

Julio Garcia se elegeu e Merisio ficou pelo caminho. Isso há seis anos. Em 2022, Garcia se reelegeu e Merisio declinou o convite para compor chapa com Décio Lima, do PT.

Fervura

Por trás dos panos, essa queda de braço tem tudo para elevar a temperatura da campanha na Capital.

Empresa companheira

Gelson Merisio hoje é conselheiro da JBS, empresa muito identificada com o PT. Mas ele continua articulando, formulando politicamente. Sempre em posição antagônica à de Julio Garcia.

Frutos

O resultado dessa disputa até aqui em Florianópolis é a pré-candidatura de Dário Berger pelo PSDB. Julio Garcia está com o prefeito Topázio Neto. Todo mundo sabe que o ex-senador sempre teve grande ligação com o ex-prefeito Gean Loureiro, de quem o atual prefeito foi vice.

Tacada

A candidatura do quase tucano Dário pode dividir esse eleitorado identificado com Gean Loureiro. É uma realidade que certamente chamará a atenção do governador de Santa Catarina.

Cabeça

Jorginho Mello pode avaliar seriamente o lançamento de candidato do PL a prefeito (muito provavelmente Bruno Souza) se a queda de braço entre Julio e Merisio se acentuar. Se isso ocorrer, o governador vai se afastar de Merisio, com quem tem conversado com alguma regularidade.

Sinais

Aliás, Jorginho tem falado mais com Gelson Merisio do que com Julio Garcia, do PSD, que vive conspirando contra o governador nos bastidores.

Fortalecimento

Isso tudo pode contribuir com a tese de que o PL deveria lançar candidato próprio na Capital. Vale lembrar, ainda, que Bruno Souza, desde sempre, tem criticado muito a gestão de Topázio Silveira Neto. Uma composição entre eles, portanto, poderia ser fartamente explorada pelos candidatos adversários

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