No anseio de reformar o sistema político, surgem soluções que mais confundem que clareiam, que complicam ao invés de simplificar. Fala-se em listas pré-ordenadas e outros recursos que, com todas as eventuais vantagens nos países em que foram implementados, não se encaixam à realidade brasileira.
Por vezes agimos como se ainda fôssemos colônia, sem entender que nem tudo o que é bom para a Europa, é bom para o Brasil.
O maior especialista em reformas, no entanto, pouco tem sido consultado: o povo.
A população, de forma muito simples, quer o direito de escolher seus próprios candidatos, sem a mediação das cúpulas partidárias, de caciques ou de quem quer que seja. Quer também que aqueles que receberam mais votos sejam os seus representantes, sem as gambiarras permitidas pelo sistema eleitoral.
É frustrante, afinal, votar em um candidato para depois descobrir que outro foi o eleito, com a ajuda de seu próprio voto. Precisam ser extintas as coligações de conveniência, que só servem aos políticos, não aos interesses deste país.
O povo brasileiro quer votar nas pessoas de carne e osso, que estão no dia-a-dia de suas comunidades, a quem ele pode punir ou premiar, de acordo com o serviço que lhe foi oferecido.
Qualquer reforma que ignore esses preceitos é desonesta.
Os verdadeiros especialistas, os que devem ter sua voz ouvida, estão nas fábricas, nas lojas e nas lavouras Brasil afora. O que eles querem? Não serem passados para trás. Nenhuma reforma será verdadeira se ela não premiar quem teve mais votos.
Entra quem tem mais voto, saem aqueles que não fizeram jus à confiança do povo brasileiro. Não há o que complicar, a solução para o sistema político brasileiro é simples e cristalina. E ela passa, necessariamente, pelo fim do quociente eleitoral.
Rogério Peninha Mendonça, Deputado Federal (PMDB/SC)