Até o fechamento da coluna, a sessão para definir ou adiar o futuro da denúncia contra Michel Temer por corrupção passiva não havia terminado. Conforme se esperava, transpareceu que a contabilidade governista, que apontava para mais de 200 parlamentares favoráveis ao Planalto, estava correta. Mas a grande questão para o presidente e seus aliados é o número de votos que eles conseguiram arregimentar. Conseguir os 172, número mínimo para sepultar o processo, seria atingido com certa tranquilidade.
Há vitórias, contudo, que marcam derrotas. Se Temer não teve cacife para conquistar nem a maioria simples da Câmara (257 parlamentares), a vida dele se complica ainda mais em um dos pilares nos quais ele se equilibra: a base política no Congresso. Sem este número, o Executivo ficaria sem forças até mesmo, dependendo do caso, para aprovar uma Medida Provisória ou um simples projeto de lei. Reformas constitucionais, como a da Previdência, vão para as calendas do esquecimento neste cenário. Considerando-se que o presidente vinha tendo 350, até 360 votos a favor, o placar da votação de ontem é emblemático e pode definir de vez o futuro do atual governo.
Anemia
Se a base de Temer encolher, ele fica sem governabilidade pelos motivos expostos acima e, também, porque está a caminho a segunda denúncia de Rodrigo Janot contra ele.
Xeque-mate
Durante reunião de parte da cúpula estadual do PSDB, segunda à noite, o senador Paulo Bauer deu uma espécie de xeque-mate em correligionários que ainda sonham em candidatar-se a governador pelo partido.
Estavam presentes, além do próprio Bauer, o outro senador tucano, Dalirio Beber, o presidente estadual do partido, Marcos Vieira, o deputado Mário Marcondes; o federal Marco Tebaldi, e os prefeitos Napoleão Bernardes (Blumenau) e José Thomé (Rio do Sul).
Enquadramento
Líder da bancada do PSDB no Senado, Bauer deixou claro que está na expectativa de que o partido assuma sua pré-candidatura e o lance como o nome da legenda para 2018. E deu a entender que se a direção estadual não fizer esse movimento, a definição pode vir via diretório nacional do PSDB.
Endereço
Recado direto ao próprio Marcos Vieira, que, durante o encontro, com muita sutileza, reafirmou que o partido tem outros nomes (referência a ele próprio e ao prefeito de Blumenau, Napoleão Bernardes). Não custa lembrar que o PSD já definiu seu projeto, com Gelson Merisio, e o PMDB fechou recentemente em torno de Mauro Mariani. Enquanto isso, os tucanos catarinenses seguem em cima do muro.
Energia
Gerson Berti, presidente da Associação dos Produtores de Energia de Santa Catarina (APESC), e coordenador do programa SC+Energia, da secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável, entabulou conversa importante com o presidente da CCJ da Alesc, deputado estadual Jean Kuhlmann. Trataram sobre a tramitação do Projeto de Lei, que institui a Avaliação Ambiental Integrada (AAI), um estudo feito nos rios de Santa Catarina para determinar o melhor aproveitamento dos recursos hídricos.
Caminho jurídico
O objetivo da proposta é dar viabilidade jurídica para quem quer investir em geração de energias renováveis. A expectativa é que agora o projeto siga sua tramitação normal dentro do Parlamento. Se aprovado, o desenvolvimento na área de energias renováveis deve ser ampliado com novos empreendimentos, garantindo nossa matriz energética.