Há muita informação circulando sobre as verdadeiras razões que levaram o governador Eduardo Moreira a não tentar a reeleição. As oficiais não são lá muito convincentes.
Na verdade, o emedebista desistiu porque não conseguiu trazer o PSDB para o seu projeto. Nem mesmo a parcela sulista do tucanato. O prefeito de Criciúma, cidade que já foi administrada por Moreira, Clésio Salvaro, tucano-mor da região, não fechou com o governador. Eduardo Moreira queria bater o martelo com os tucanos 45 dias de antecedência em relação às convenções homologatórias, algo inimaginável.
Eis o primeiro ponto. O segundo aspecto guarda relação direta com o perfil de Eduardo Moreira. Ele não é de assumir grandes desafios eleitorais. Foi assim em 1998, quando poderia disputar o Senado, mas recuou na undécima hora. Paulo Afonso Vieira, mesmo desgastado, tentava a reeleição.
Perfil decisivo
Mais recentemente, nas duas oportunidades em que o hoje governador foi para o embate interno no MDB, levou a melhor. Mas acabou correndo da raia e compondo de vice de Raimundo Colombo. Principalmente em 2010, quando o partido estava encaminhado para trabalhar por Eduardo Moreira de candidato a governador.
Arrojo
Ao fim e ao cabo, ele está de coadjuvante no cenário estadual desde 2002. Falta ao emedebista um perfil mais arrojado para encarar empreitadas desafiadoras.
Fileiras
Outro componente importante na decisão de Eduardo Moreira. Mesmo tendo a máquina do governo, ele corria o risco de perder a indicação para Mauro Mariani. O deputado vem percorrendo as bases há muito tempo. E com discurso contundente, lembrando às hostes emedebistas que o atual chefe do Executivo foi candidato nas duas últimas eleições. Mas correu da cabeça de chapa, aceitando compor de vice. Mariani tem garantido aos correligionários que será candidato. Não há hipótese de recuo. Palavras que soam como musica aos ouvidos da turma do Manda Brasa.
Desgaste
Moreira também tinha em seu desfavor a proximidade recente com Michel Temer. O presidente amarga mais de 80% de rejeição. Neste aspecto, Mariani se descolou. E até votou contra Temer na segunda denúncia de Rodrigo Janot contra o presidente, enviada à Câmara e rejeitada no ano passado.