Logo depois de sua reeleição, o prefeito de Florianópolis, Topázio Silveira Neto, reuniu-se com a sua bancada do PSD na Câmara. Não só a atual, mas também aquela que vai vigorar a partir da próxima legislatura, a partir de 1º de janeiro.
Durante o encontro, na avaliação do resultado eleitoral e das perspectivas futuras, o prefeito foi cristalino e falou, em alto e bom som, que estará com Jorginho Mello em 2026. Estará engajado no projeto de reeleição do atual governador.
Com todas as letras, o chefe do Executivo da Capital informou que Jorginho o ajudou a conquistar a recondução. Sem a menor cerimônia.
Topázio dá essa declaração quando o também prefeito reeleito de Chapecó, João Rodrigues, já havia dito que será candidato ao governo.
Com a declaração que fez lá atrás, João Rodrigues, evidentemente, está na expectativa de receber o apoio de todos os colegas-prefeitos que, como ele, foram eleitos ou reeleitos pelo PSD. O partido conquistou 41 prefeituras.
Desfalque
Contando com ele próprio, o partido chegou a esse número. Só que ele não terá o apoio dos 41, a começar por Topázio Silveira Neto. Ao colocar que estará com o Jorginho Mello, Topázio pode estar, de um lado, dando um recado de que continua no PSD, mas espera que seu partido esteja na coligação com o atual governador.
Desembarque
Ou, como segunda opção, e mais provável, Topázio indica que, lá à frente, não estará mais no PSD. Provavelmente migrando para o PL de Jorginho Mello ou para algum dos partidos que vão fazer parte do arco de alianças do governador.
Aliados
O PP vai estar com Jorginho, o MDB muito provavelmente. Ainda tem o PDR, Partido Democrático Republicano, que é resultado da fusão do PTB com o Patriota; o Republicanos e o Podemos. O quadro está pra lá de cristalino em relação ao prefeito de Florianópolis.
Envergadura
Ou seja, João Rodrigues dá sua arrancada como pré-candidato já não contando com o apoio do prefeito da Capital, que, aliás, é a principal prefeitura conquistada pelo PSD.
Novo
Até porque Joinville, a maior cidade, ficou com o NOVO na reeleição de Adriano Silva. E a terceira, Blumenau, com o PL.
Eleitorado
Florianópolis é o segundo maior colégio eleitoral. Depois vem São José, que é o quarto maior eleitorado do estado. O PSD, portanto, já sai capenga porque a grande realidade é que o PSD é um partido muito curioso.
Boquinhas mil
João Rodrigues se apresenta como bolsonarista-raiz. Seu partido, contudo, já reivindica um quarto ministério do governo Lula. Os pessedistas já controlam a Pesca, a Agricultura e as Minas Energia.
Incógnita
Então, João Rodrigues estará com quem afinal? Com o PSD de Gilberto Kassab, alinhado a Lula?
Ou com o PSD, também de Kassab, vinculado ao governador Tarcísio de Freitas, do Republicanos?
Raiz
Sim, porque não existe PSD vinculado a Bolsonaro em Santa Catarina. Até porque quem é Bolsonaro no estado é o PL, é Jorginho Mello. Simples assim.
Coligação
Então, se o prefeito de Chapecó espera pegar uma carona no bolsonarismo em 2026, só se o PSD coligar com o PL.
foto>arquivo, divulgação