Os três do MPSC
O Conselho Superior do MPSC tinha tudo para homologar, ainda ontem, as eleições da última sexta-feira. Havia seis pré-candidatos à sucessão do Procurador Geral de Justiça, Fernando da Silva Comin, que completa seu segundo mandato em abril. Ele foi eleito e reeleito, fechando quatro anos de gestão.
A votação foi equilibrada entre os três primeiros. Liderando a lista, Fábio de Souza Trajano, procurador veterano, com 268 votos. Foi perseguido pelo promotor Marcelo Gomes da Silva, com 259 sufrágios e a também promotora Gladys Afonso, com 250.
O detalhe é que trio foi respaldado por Comin. Cada eleitor tinha direito a votar em três nomes. Foram votos casados, fechados, mostrando a liderança do atual PGJ. O próprio Comin não teve adversários e foi indicado para o Conselho Nacional do Ministério Público. Recebeu expressivos 414 votos.
No dia 26 de abril, serão escolhidos três nomes para este colegiado entre os 27 indicados (dos 26 estados e o Distrito Federal).
Perfil
O catarinense está no páreo. O estado já teve um representante no Conselho. Foi Sandro Neis, o antecessor de Comin na chefia do MPSC. Hoje ele é desembargador, via quinto constitucional, do Tribunal de Justiça.
Contingente
O curioso é que estavam aptos a votar 434 promotores e 68 procuradores, totalizando 502 eleitores.
Comparecimento
Todos votaram. Não necessariamente todos votaram três vezes. Tinham esse direito, mas nem todos o exerceram em sua plenitude. Comin mostrou força. Com exceção de Gladys, os outros dois fizeram mais da metade do eleitorado disponível.
Articulado
Uma liderança inconteste. Comin é o João Carlos Kurtz dos tempos atuais. Estamos falando de uma grande liderança do MPSC, tendo exercido vários mandatos entre a década de 70 e a de 80.
Emplacando
Depois de Pedro Steil, que foi o presidente da Comissão Eleitoral deste pleito, só promotores chegaram lá. Foi ele que implementou a possibilidade de promotores assumirem a chefia da instituição. Deu certo.
Tripé
Na sucessão de Steil, Gercino Gomes, Lio Marin e Sandro Neis. Todos promotores de Justiça.
Só que os três, ao final dos quatro anos, já haviam ascendido à condição de procurador.
Tempo
Diferentemente de Comin, que ainda é muito jovem e segue como promotor. Já é nome lembrado inclusive para compor, futuramente, o Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Sebrae
O Conselho Deliberativo do Sebrae deve se reunir nos próximos dias. O colegiado é presidido pelo catarinense Zezo Pedrozo, que há muitos anos também pilota a Faesc, além de compor a diretoria da Confederação Nacional da Agricultura). Outro catarinense, Décio Lima, pode assumir a presidência executiva do Sebrae.
De ponta
Costuma-se dizer, depois dos ministérios, que neste país temos as presidências da Eletrobras, da Petrobras, do BNDES, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica e o comando do Sebrae como cargos mais cobiçados.
Estrutuar
É uma instituição com capilaridade indiscutível. Faz a ponte entre o poder público, a sociedade e o empresariado. O catarinense, compadre, amigo e correligionário de Lula da Silva, é o cotado para a posição. Segundo a Folha de S. Paulo. Depois da notícia, ele foi a Brasília e reuniu-se com o presidente.
Porém
Ocorre que entre a eleição e a posse de Lula, o Conselho do Sebrae se reuniu e reelegeu Carlos Meles para mais quatro anos de mandato. Vale até dezembro de 2026. Dos 15 integrantes do atual conselho, 11 precisam derrubar Meles para que o petista de SC assuma. Isso será decidido nesta quarta-feira. Lula já se fixou pelo nome de Décio Lima.
Incógnita
Décio Lima já teria oito votos. Precisa de mais três. E Zezo Pedrozo, como vota? Ainda não se sabe.