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OS TRÊS PINOS

“O Brasil não é para amadores”. É a ilha da fantasia dos chopins do “pudêr”. Além de ser o país dos contrastes, dos estereótipos, do racismo escamoteado e reverso, do tão decantado sincretismo religioso, onde tudo navega entre o fluido e o etéreo, onde nada se sustenta e só é eterno o futuro que nunca chega, onde o presente é um circo de horrores e a incerteza paira até sobre o passado.
Aqui, os três poderes nos remetem à tomada de três pinos; ambos criados sob a égide da mudança para o melhor, trazendo a harmonia, mas na verdade se perpetuando na esperteza e ao povo sobra a sensação de estar sendo sempre enganado.
Os contrastes, escancarados nos salários públicos, onde os da côrte superam quarenta vezes os dos míseros colegas barnabés. Sem falar nos penduricalhos profusamente autoconcedidos, travestidos de auxílios paletó e outros, com privilegiadas isenções de imposto de renda e algures. O simples fato de alguém ter o direito de reajustar o seu próprio salário proveniente dos cofres públicos, pagos pelo suor do sofrido povo, caracteriza-se como uma excrescência, por si só inaceitável.
Estereótipos, generalizadamente aceitos por todos e até já oficialmente propagandeados no exterior pelo Itamaraty, com cartazes, como o país das bundas de fora, um claro incentivo ao turismo sexual e a famigerada pedofilia.
Por ter sido o mais longevo país racista da América Latina, carrega ainda hoje um ranço, identificando o afro-descendente como pobre e assim continua sendo discriminado, pois os menos favorecidos certamente o são. E para remediar adota-se a lei de cotas, que discrimina e cria um racismo reverso, em pleno século XXl.
As nossas religiões, em vez de se preocuparem em religar o homem a Deus, tentam um falso ecumenismo, misturando crenças no assim chamado sincretismo religioso, um samba do crioulo doido, eivado de heresias. E a maior, em número de fiéis, simplesmente absorveu a ideologia que reduz o Salvador a um mero mortal, ignorando o divino.
Na faina de desconstruir grande parte do legado da civilização judaico-cristã, investem contra valores morais. A família tradicional é atacada sistematicamente com propostas absurdas, tipo casamento entre pai e filha.
A cereja do bolo é o ataque às liberdades, principalmente o de expressão, numa clara tentativa de impor uma mordaça aos cidadãos.
Por último, o modismo atual é a obsessiva busca de mudar o passado, anulando atos, retirando títulos concedidos à figuras ilustres já falecidas, na vã tentativa de mudar a história.
E o mais decepcionante é ver pessoas e entidades endossando, apoiando e dizendo que está tudo certo, tentando nos convencer da utilidade do terceiro pino… Nelson Weber

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