A semana começa sob a égide do novo decreto do governo do estado que, na prática, devolve o controle das ações de combate à pandemia ao Executivo catarinense.
Depois de um período em que os municípios tiveram a autonomia requerida, pleiteada, pedida aos quatro ventos pelos gestores municipais.
Como a curva de contaminação cresceu exponencialmente, bem como a quantidade de óbitos, as pressões aumentaram e a gestão Moisés da Silva começou a receber mais e mais críticas e acusações de omissão. Tudo isso em meio a um cenário em que tem os prefeitos, os donos das decisões até aqui, se comporatavam talvez mais preocupados com as eleições de novembro (se é que é que será possível realizar o pleito daqui a pouco mais de três meses) do que com a pandemia.
Pois muito bem. Em tese, é até uma obrigação a gestão estadual protagonizar as decisões e ações de enfretamento ao Covid19. Ponto. Mas compartilhando cada momento com os municípios e devendo definir regras diferenciadas de acordo com as realidades regionais.
O problema do novo decreto, pra variar, é a falta de diálogo, de interação, de flexibilidade. Moisés decidiu retomar as rédeas e não conversou com absolutamente nenhum prefeito, líder empresarial, enfim. Tudo é decidido no gabinete, anunciado (e nunca debatido numa coletiva, por exemplo) e segue o baile. É inquietante. Em março, o Centro Administrativo largou na frente, decretou a quarentena, depois foi ao outro extremo, entregou tudo aos prefeitos e se ausentou. E agora, de supetão, volta à proa do barquinho. Por essas e por outras que a sociedade anda desorientada, desinformada e sem saber no que exatamente acreditar.
Lembrando que o decreto estadual atinge as sete regiões consideradas em estado gravíssimo de contaminação pelo Covid19. O que não muda, evidentemente, o raciocínio e o contexto político geral.