Ao citar o grande percentual de votos nulos, brancos e abstenções registradas nas eleições municipais no primeiro turno em todo o país como um alerta para a classe política, o deputado Leonel Pavan (PSDB) defendeu, em plenário, a necessidade urgente de um projeto de reforma política voltar à pauta do Congresso Nacional. “Os vencedores do primeiro turno, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foram às abstenções, os votos nulos e os votos brancos, que inclusive superaram a votação do primeiro e do segundo colocados na disputa eleitoral para prefeito em 22 capitais”, observou.
Entre outras capitais, Pavan citou o caso de Florianópolis, onde 12,25% dos eleitores não compareceram para votar; 3,49% votaram em branco e 7,12% votaram nulo. “Estes números somados resultam em 22,86% de votos desperdiçados, o que representa aproximadamente 72.283 eleitores mais do que o numero de votos obtidos pela segunda colocada no primeiro turno pleito da capital catarinense”, afirmou.
O parlamentar disse ainda que “a primeira interpretação, que parece ser a mais óbvia, é a de que muitos eleitores não se sentem representados pelos candidatos. Não conseguem enxergar em nenhum, alguma proposta que represente suas ideias, posições ou convicções políticas. Mas a análise deve mais aprofundada. Quando o eleitor opta por não votar, ou votar em branco ou nulo, ele está sinalizando claramente que não acredita no nosso atual sistema político eleitoral”.
Para Pavan, os números sinalizam a indiferença do cidadão e a prova de que o sistema eleitoral brasileiro esta desgastado e precisa de mudanças. Mas observou também que “a classe política deverá ter capacidade e coragem para mudar esse sistema ultrapassado” e fazer avançar as propostas de reforma. “Todos os congressistas são favoráveis a reforma política, porém ela não acontece porque existe o interesse regional, pessoal ou partidário”.
Leonel Pavan citou, porém, como sinalização positiva, que no Senado federal,“uma proposta do PSDB, e que diz respeito a cláusula de barreira e às coligações proporcionais foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça, e com vontade política poderá ser aprovada no plenário do Senado e na Câmara Federal ainda este ano.” A aprovação destas matérias já seria um grande passo para a construção de um novo sistema político partidário no Brasil”, concluiu.