Só uma instituição de microcrédito registrou aumento de 126% no volume de recursos emprestados para instalação de energia fotovoltaica
Os seguidos aumentos no valor da conta de energia elétrica tradicional impulsionam a energia fotovoltaica e levam a alternativa a um novo nicho de usuários. Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), os investimentos em projetos de energia solar devem alcançar R$ 50 bilhões em 2023 e garantir capacidade de geração de 34 GW. Desse total, quase 22 GW (66,4%) serão provenientes de pequenos e médios sistemas solares instalados pelos consumidores nas residências, pequenos negócios e propriedades rurais.
O interesse de um novo público, com menor poder aquisitivo, pela energia solar pode ser comprovado pelo aumento na carteira de instituições de microcrédito, que atendem em sua maioria pessoas desbancarizadas. Em 2022, o Banco da Família, com sede em Lages, e atendimento nos três estados do Sul, registrou 126% de aumento no volume de recursos emprestados para projetos de energia fotovoltaica em relação a 2021. Até os primeiros dias de julho deste ano, o volume já é quase 75% do total emprestado em 2022.
“Temos casos de clientes que já estão investindo em placas solares pensando na aposentadoria. A economia com energia elétrica pode chegar a 95% e o investimento se paga em até 5 anos. As pessoas estão entendendo que vale a pena”, diz Elaine Amaral, Diretora do Banco da Família. Para se ter uma ideia, uma pequena residência gastaria em torno de R$ 10 a 15 mil para fazer a substituição O valor pode variar bastante, dependendo do projeto.
A costureira Neusa Jeremias pegou um empréstimo de R$ 15 mil para reduzir os custos com energia elétrica, decorrentes do uso de equipamentos para seu pequeno negócio, instalado dentro de casa. Os gastos com energia saíram de R$ 460,00/mês para menos de R$ 100,00/mês.
Para expandir rapidamente a venda das placas solares, o Banco da Família firmou parceria com empresas que fornecem o produto. Uma delas é a NeuStrom, também de Lages. O empresário Guilherme Schwedler, um dos sócios, confirma a mudança no perfil dos consumidores. “Desde o ano passado identificamos um aumento do número de clientes de menor porte, diferente de 2021, quando atendemos sistemas maiores. Em 2023, a tendência por projetos menores se mantém”, afirma.
foto>Elaine Amaral, diretora do Banco da Família – divulgação