Blog do Prisco
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Partidos encrencados em SC

Não é só o PSB de Santa Catarina, que perdeu o grupo de Paulo Bornhausen, dois prefeitos e agora quer expulsar dois deputados estaduais, que está em sérias dificuldades no estado.

No PSD, Gelson Merisio encontra-se na iminência de ser expurgado. Outros dois partidos estão encaminhando a sucessão. Em processos pra lá de atravessados.

O PSDB vai entregar o comando do partido a um ex-deputado federal, que não renovou o mandato. Enquanto isso, a deputada que se reelegeu, dobrando a votação, Geovania de Sá, ainda tendo a seu favor o fato de ser mulher, foi preterida. E olha que a tucana caiu nas graças do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, a quem ela substitui em praticamente todas as sessões na Presidência quando o demista não escala a mesa diretora da Casa para pilotar a sessão. Com tudo isso, o “conselho superior” do tucanato estadual escolheu Marco Tebaldi, que é um belo quadro, mas que não renovou o mandato, para presidir a seção Barriga-Verde da sigla.

Na verdade, prevaleceu a linha dura no ninho. Marcos Vieira, deputado estadual e atual comandante, sabendo que não ia ter ascendência sobre Geovânia de Sá, indicou e articulou em favor de Tebaldi, sobre quem ele terá influência.

Antevendo o futuro

Neste contexto, fica muito claro que Napoleão Bernardes fez muito bem em bater em retirada. O grupo que guindará Tebaldi ao poder no PSDB não entregaria a proa partidária a ele, assim como não permitiram a ascensão de Geovânia de Sá. Napoleão percebeu o desfecho com bastante antecedência e caiu fora. E o PSDB perdeu sua principal liderança em Santa Catarina quando se olha para o pleito majoritário de 2020. É o samba do crioulo doido versão PSDB-SC.

Manda Brasa

No MDB a situação é um pouco diferente. Tudo começou errado no partido quando, em 2014, Mauro Mariani, que não queria repetir o acordo com o PSD, portanto não aceitava que a sigla apoiasse a reeleição de Raimundo Colombo. Ele perdeu internamente, prevalecendo a composição que culminou na recondução do pessedista ao governo.

Forasteiro

O que Mariani deveria ter feito, contudo, naquele ano era assumir a candidatura ao Senado. Ele era o principal líder do MDB-SC. Mas não, o então deputado federal abriu mão e lançou Dário Berger à Câmara Alta. Até hoje é uma situação inexplicável. Primeiro porque Dário Berger é tido, pela maioria dos emedebistas, como um forasteiro. Importante registrar que o MDB é o sétimo partido dele.

Porta na cara

Quando foi prefeito de Florianópolis, Dário assinou ficha no MDB antes da reeleição, conquistada sobre Esperidião Amin. Já reeleito, o hoje senador não recebia os deputados federais do partido na prefeitura da Capital. Alguns destes líderes ainda seguem no mandato e dividem a bancada federal de SC com o próprio Dário Berger.

Outra realidade

Caso Mauro Mariani tivesse sido candidato ao Senado, muito provavelmente hoje ele seria senador, teria continuado senador mesmo perdendo a eleição do ano passado e continuaria presidente do partido. Com direito a cereja do bolo: chegaria forte para nova candidatura ao governo do estado em 2022.

Levante emedebista

Mariani, porém, cometeu esse equívoco, de apoiar Dário Berger. Como ele não foi nem para os segundo turno do pleito de 2018 e ficou sem mandato, também não ficará no comando do Manda Brasa. Dário Berger passou a ser o nome. Muito bem. Mas aí começaram reações mais agudas nas hostes do MDB. O deputado federal Celso Maldaner foi estimulado por vários correligionários a coloca sua candidatura.

Musculatura

Maldaner está percorrendo o estado e vai para a convenção, decidido a bater chapa até o fim contra Dário Berger. O senador, se quiser mesmo a presidência do partido em que se encontra, vai ter que aceitar a disputa. Maldaner é apoiado por Paulo Afonso Vieira, pelo irmão, Casildo Maldaner e por Eduardo Moreira. Significa que não será fácil para o único senador do MDB atualmente conquistar o comando da legenda.