O MDB e o PP são os principais rivais da história política de Santa Catarina. MDB, que começou no período do regime militar como Movimento Democrático Brasileiro. Depois, em 1979, com a chegada do pluripartidarismo, a sigla virou PMDB. O PP de hoje foi a origem da Arena no bipartidarismo. Depois disso, o PDS.
Em 1982, tivemos o primeiro grande enfrentamento com Esperidião Amin (PDS) ganhando de Jaison Barreto (PMDB) por 12,5 mil votos, 0,5% dos eleitores à época.
Depois, quem chegou lá foi o emedebista Pedro Ivo Campos (PMDB), revezamento que se seguiu até o começo do século, quando as duas siglas começaram a perder protagonismo.
A última vez que o PP comandou Santa Catarina foi em 2002, quando o próprio Amin terminou seu segundo mandato após ser derrotado por Luiz Henrique da Silveira.
A próxima eleição estadual será em 2026, quando o PP completará 24 anos longe da administração estadual.
Saudoso
LHS foi reeleito em 2006. Renunciou em 2009 em favor do, à época, tucano e seu vice, Leonel Pavan. A rigor, o MDB ficou até 2009 na proa catarinense. Estamos falando em 17 anos longe do poder central se considerarmos o próximo pleito estadual.
Não conta
Não estamos esquecendo de Eduardo Moreira, que cumpriu seu segundo mandato-tampão em 2018, após a renúncia de Raimundo Colombo para disputar o Senado. Moreira foi vice de Colombo nos dois mandatos do ex-governador.
Sabotador
Na prática, contudo, Eduardo Moreira não representou o MDB. Muito ao contrário. Ajudou a bombardear o próprio partido que ele presidiu por 10 anos, tendo sido três vezes vice-governador. Sempre na sombra. Nunca foi testado nas urnas como cabeça de chapa.
Desafetos
Por que, em 2018, ele trabalhou contra o partido? Porque tinha como rival, desafeto interno, justamente aquele que veio a ser candidato a governador, Mauro Mariani. À frente da máquina estadual, Moreira trabalhou contra, atuou de todas as formas para desestabilizar o projeto do Manda Brasa.
Marca
Pela primeira vez na história, o MDB não chegou ao segundo turno em Santa Catarina, o que vinha ocorrendo desde 1982.
Antes da adoção da eleição em dois turnos, o MDB sempre foi o primeiro ou o segundo colocado na preferência dos catarinenses.
Mesmo barco
Inapelavelmente, o MDB e o PP vão desistir de projetos solos em 2026. Isso é evidente. Em 2018, Mauro Mariani não foi ao segundo turno e em 2022, o partido indicou Udo Döhler como vice de Moisés, chapa que também não chegou ao round decisivo.
Mesmo caminho
Assim como o PP. Partido que, na figura de Esperidião Amin, cometeu o erro, em 2022, de não se aliar a Jorginho Mello e o seu PL. PP e PL eram irmãos quase siameses em Brasília. Mas por aqui não houve casamento. Amin, que tinha mais quatro anos de Senado, imaginou que, como candidato ao governo, asseguraria a reeleição da mulher Angela como deputada federal e a do filho, João, a estadual.
Bola fora
Se a família tivesse aceitado a proposta de Jorginho Mello, hoje dona Angela seria vice-governadora e muito provavelmente João Amin teria conquistado a reeleição para a Alesc.
Convergência
Não resta a menor dúvida de que os dois principais rivais da política catarinense por mais de quatro décadas têm tudo para estarem juntos trabalhando pela reeleição de Jorginho Mello.
Vagas
Tanto o PP quanto o MDB terão espaços na majoritária de 2026, quando serão renovadas duas vagas ao Senado, além das posições de governador e de vice.
Uma vaga obviamente é de Jorginho, uma do PP, outra do MDB e a quarta posição ficaria para um outro partido, que deverá ser recrutado pelo governador dentro do seu projeto de reeleição.