A votação pelos vereadores de Joinville de pedido de afastamento do prefeito do mais populoso município do estado, rejeitado por voto de minerva, repercutiu na sessão de quarta-feira (5) da Assembleia Legislativa.
“Fato lamentável a tentativa de golpe trazida por sete vereadores que se aproveitaram da ausência de quatro vereadores da base aliada para apresentar uma denúncia contra o prefeito Adriano. Tentou-se o afastamento imediato”, informou Matheus Cadorin (Novo).
Segundo o representante de Joinville, a justificativa dada pelos edis foi uma licitação de radares que supostamente contraria dispositivos de lei publicada em 2022.
“A licitação foi anterior à lei e a própria lei diz que a lei não se aplica aos equipamentos licitados anteriormente à sua vigência. Foi uma baixeza sem limites”, disparou Cadorin.
Sargento Lima (PL) e Maurício Peixer (PL) também comentaram o assunto.
“Tomei conhecimento ontem bem no final da tarde do comunicado e não vou fazer juízo sobre a atuação da Câmara porque não tive acesso ao que foi pleiteado, e não tive tempo hábil para ler as justificativas do Executivo. Sei que é uma questão de radares, mas não sei do que se trata”, confessou Lima.
“Fui presidente da Câmara e durante esse tempo chegaram dois pedidos de afastamento do prefeito. Pelo regimento, ele é lido na sessão e tem de se colocar em votação na própria sessão, acho muito errado, mas é o regimento. O que aconteceu ontem eu não sei, mas tem pessoas acusando de que nós estávamos por trás disso, tanto nós, como o senhor, Sargento Lima”, revelou, em aparte, Peixer.
O deputado reconheceu que o vereador do Partido Liberal votou pelo afastamento do prefeito Adriano Silva.
“Votou a favor sem o nosso conhecimento, tentei falar com o nosso vereador para saber o que estava acontecendo, mas não botamos cabresto nos nossos vereadores, a não ser que seja determinação partidária. O PL em nenhum momento articulou para isso, é bom olhar de onde veio”, argumentou Peixer, acrescentando que a lei determina “que todos os radares têm de ter o display”.
Disparada nos gastos
Carlos Humberto (PL) exibiu na tribuna dados que o Executivo enviou ao Tribunal de Contas (TCE/SC) sobre arrecadação e gastos em 2021 e 2022. Segundo Humberto, a arrecadação e os gastos cresceram acima da média.
Em 2021 e 2022 os acréscimos na receita foram de R$ 6,6 bi e R$ 7 bi, respectivamente, acima da média histórica de R$ 1,2 bi. Quanto às despesas, em 2021 cresceram 22,1% e em 2022, 29,5%.
Já a folha de pessoal, de acordo com os dados divulgados por Humberto, cresceu R$ 1,2 bi em 2021 e R$ 3,5 bi em 2022, contra uma média histórica de crescimento de R$ 700 mi por ano.
“É por isso que insisto tanto em falar em gestão, tem de andar atrelada ao lado da política, isso aqui não combina com Santa Catarina”, advogou o representante de Balneário Camboriú, explicando em seguida que o atual governo “vai atrás de novas receitas, atrás de empréstimos para as obras”.
Enchentes de 1983/84
Doutor Vicente Caropreso (PSDB) rememorou na tribuna as enchentes devastadoras que ocorreram no Vale do Itajaí em 1983 e em 1984, atingindo principalmente Blumenau.
“Foi uma enchente que durou muito tempo, na época eu era tenente do 23º Batalhão de Infantaria. O rio Itajaí atingiu 15,34 m acima do nível normal, bairros e o centro ficaram ilhados, muitos locais sem acesso nenhum”, contou Caropreso, que destacou o esforço da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. “Produziam a comida, carne seca com arroz, que era distribuída de helicópteros”.
O deputado exibiu fotos da tragédia e das pessoas, principalmente gestores públicos, que estiveram na linha de frente do socorro às vítimas.
“Foi uma experiência de muita doação de todos, Blumenau teve oito mortos, 50 mil desabrigados, quase um terço da cidade. Depois das enchentes a prevenção dos desastres teve uma mudança radical, o estado passou a conviver de maneira mais profissional. A Oktoberfest nasceu depois das enchentes”, lembrou Caropreso.
35 anos do Sicoob Credimoc
Maurício Eskudlark (PL) repercutiu a passagem dos 35 anos de fundação do Sicoob Credimoc, de Xanxerê, criado em 5 de julho de 1988.
“Era uma salinha no segundo andar e hoje tem 19 mil associados, 83 funcionários e atua em Xanxerê, Bom Jesus do Oeste, Ipuaçu e Faxinal dos Guedes. Procurou ser uma cooperativa de crédito voltada àquela população”, elogiou Eskudlark.
Mais policiais para a Amfri
Emerson Stein (MDB) defendeu o aumento do efetivo policial na Associação de Municípios da Foz do Rio Itajaí (Amfri).
“O censo mostra que a nossa região passou para 820 mil habitantes, quando tinha 610 mil habitantes. Hoje temos um grande déficit de policiais militares. Em 2013 havia 574 policiais, neste ano são apenas 621, número incompatível com o crescimento da região”, alertou Stein, lembrando em seguida que dia 27 de agosto acontecerá a prova do novo concurso da PMSC com 500 vagas.
88 anos do Hospital São Francisco
Neodi Saretta (PT) comemorou os 88 anos de fundação do Hospital São Francisco, de Concórdia.
“Um hospital importante não só para a cidade, mas para a região. Nasceu em 1935 um ano após a emancipação, e a partir de 1984 passou a ser administrado pelos Camilianos e até hoje lá atuam. Recentemente destinamos uma emenda de R$ 500 mil, além de recursos enviados anteriormente”, registrou Saretta.
Julho Verde
Saretta noticiou reunião da Comissão de Saúde que tratou da criação de políticas públicas para o tratamento precoce do câncer de cabeça e pescoço.
“Estamos na 7ª Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer de Cabeça e Pescoço, conhecida como Julho Verde, cujo objetivo é conscientizar sobre a importância do autocuidado, o diagnóstico e a implantação de um centro de reabilitação bucomaxilofacial. A deliberação da Comissão de Saúde foi pelo encaminhamento da sugestão do centro de reabilitação ao governo do estado”, informou.