O futuro eleitoral do senador Paulo Bauer (PSDB) está nas mãos do relator da Lava Jato no STF, ministro Edson Fachin. Encontra-se na mesa do magistrado o pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) para abrir inquérito acerca da suposta prática de caixa 2 na eleição de 2014, quando o tucano disputou o governo do Estado.
Segundo delação do ex-executivo Nelson José de Mello, o catarinense teria sido beneficiado com R$ 11,5 milhões irregularmente naquele pleito através da empresa Hypermarcas.
O senador vem negando veementemente a denúncia. No seu despacho, a PGR cita indícios de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O esquema, ainda de acordo com o delator Mello, que deu as informações que originaram um inquérito já aberto contra o presidente do Senado, Eunício Oliveira, do MDB, se valia de contratos fictícios com empresas que nunca teriam prestado os serviços. Serviam apenas para repassar os recursos do Caixa 2.
Tripé
A PGR cita que haveriam sido firmados contratos com um escritório de advocacia de Florianópolis, uma empresa de engenharia de Joinville e um instituto de pesquisas no Paraná.
Àguas de março
Fachin, que ainda não decidiu se libera a instauração do inquérito, autorizou a investigação em desfavor de Bauer em março deste ano. O futuro político do senador, que começou 2018 como favorito ao pleito de deste ano na bolsa de aposta estadual, transformou-se em uma incógnita.
Defesa fala
Responsável pela defesa do senador Paulo Bauer, o advogado José Eduardo Alckmin assinou nota reiterando a inocência do tucano. A coluna lembra que quando Bauer foi lançado como nome do PSDB ao governo, em 19 de abril, ele deixou muito claro que não falaria mais sobre este assunto. Está cumprindo o que disse, deixando que seu advogado se manifeste. O senador não vai politizar a questão judicial. Não entrará nesse circuito, sendo que o uso político-eleitoral da delação pode prejudicar o projeto do tucano, que almeja suceder Eduardo Pinho Moreira.
Fora da Lava Jato
Na nota subscrita pelo advogado José Eduardo Alckmin, que já foi ministro do TSE, o causídico afirma que a denúncia “não tem nenhuma relação com fatos investigados no âmbito da “Operação Lava Jato.”
Sem novidade
Ainda de acordo com Alckmin, segundo quem Paulo Bauer “aguarda a possibilidade legal” para provar sua inocência, o “procedimento (pedido de abertura de inquérito por parte da PGR) constitui-se em mero episódio processual que não afeta, altera ou acrescenta fatos novos aos já conhecidos e mencionados pelo delator.”
PSB internacional
Paulo Bornhausen e o empresário e vereador joinvilense Ninfo König se encontraram, casualmente, em Taormina, na Sicilia (Itália) na terça-feira, 15. Nada combinado, foi uma grande coincidência, assinalou o cabeça do PSB estadual. Inevitavelmente, os dois conversaram “muito” sobre outubro e chegaram à conclusão que o PSB, segundo Bornhausen, “está bem preparado para o que der e vier.” Significa que o partido está de olho na majoritária. Tanto Bornhausen como König são opções para uma composição eleitoral. Murilo Flores e Jorge Censi também são citados.