Participamos esta semana de uma sabatina de 15 minutos, via TV, com os dois postulantes à prefeitura de Joinville: Adriano Silva (Novo) e Darci de Matos (PSD). Os dois demonstraram conhecer bem a realidade municipal. Tanto sob o aspecto administrativo como também pelo viés econômico e social.
Silva e Matos bateram na mesma tecla: a necessidade de reduzir a burocracia que está impedindo a chegada de novas empresas a Joinville. E pontuaram necessidades infra estruturais e logísticas que vão atacar em suas eventuais gestões.
Os dois concorrentes também abriram espaço para estocadas mútuas do ponto de vista eleitoral. Trocaram acusações de que são alvos de notícias falsas por parte do adversário.
Darci de Matos se queixa de que o grupo de Adriano Silva está levantando questões sobre seu patrimônio, ao passo em que estaria supostamente patrocinando ataques ao candidato do Novo, tentando vinculá-lo a Udo Döhler e ao MDB.
Clima pesado
Nos bastidores do estúdio, o cumprimento entre eles foi frio, protocolar. O clima está muito carregado.
Artilharia
Por um lado, o PSD que já elegeu cinco prefeitos entre os maiores municípios de Santa Catarina: João Rodrigues (Chapecó), Antônio Ceron (Lages), Orvino de Ávila (São José), Eduardo Freccia (Palhoça) e José Thomé (Rio do Sul). O partido busca, portanto, conquistar mais uma prefeitura, esta a mais estratégica do estado.
Engatinhando
Já o Novo age para eleger o primeiro prefeito do Brasil. Não elegeu nenhum lá em 15 de novembro e não colocou nenhum nome, a não ser o do próprio Adriano Silva, no segundo turno. Ou seja, o joinvilense, em caso de vitória, ganharia um grande protagonismo no contexto nacional da legenda.
Contexto estadual
Silva não será nome para 2022 em caso de liquidar a fatura e assumir a prefeitura em 2021. O estatuto do Novo veda que liderança em primeiro mandato, o que pode ser o caso dele, deixe o cargo para o qual foi eleito para disputar outra eleição no meio do caminho. Independentemente desse aspecto pessoal, a vitória em Joinville pode trazer protagonismo ao Novo na eleição majoritária de 2022.
A história ensina
Até porque estamos falando do maior colégio eleitoral do estado. São quase 500 mil eleitores, número que representa quase 10% do eleitorado catarinense. Vale lembrar que Pedro Ivo Campos, eleito governador em 1986; e Luiz Henrique da Silveira, que chegou lá em 2002 e conquistou a reeleição em 2006, carimbaram suas vitórias eleitorais a partir de votações maciças em Joinville. Especialmente LHS em 2002, quando se lançou como azarão contra o então considerado imbatível Esperidião Amin.
Timing
Conforme Ato Administrativo de Anulação nº 1844/2020, publicado na edição extra do Diário Oficial do Estado, a governadora Daniela Reinehr anulou o ato constante no Processo Administrativo PGE nº 4421/2019, que concedeu a verba remuneratória de equivalência aos procuradores do Estado, em relação à remuneração dos procuradores do Poder Legislativo. O documento determina que a Secretaria de Estado da Administração tome as devidas providências para a instauração da tomada de contas especial, na forma da legislação vigente. Ela tomou esta decisão a menos de quatro dias do julgamento final do processo de impeachment de Moisés da Silva, baseado justamente no polêmico aumento salarial.