Perfumaria
A segunda-feira de manhã foi marcada pela visita, rápida, de dois ministros de Estado à Base Aérea de Florianópolis.
Ali, acompanhados do governador Moisés da Silva e outras autoridades, Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e Abraham Weintraub (Educação) participaram de solenidade de entrega de 74 ônibus escolares, que serão distribuídos aos municípios catarinenses.
Os veículos foram adquiridos com recursos federais, do Fundação Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
Jair Bolsonaro seria a grande estrela da festa. Não veio porque foi submetido a uma cirurgia dentária na sexta-feira. Encontra-se impedido de voar.
Maravilha. Os ônibus são bem-vindos. Agora, pensar em trazer o presidente da República a Santa Catarina para este tipo de ação governista é absolutamente fora de propósito. Sobretudo por vivermos num estado tão carente de obras de infraestrutura, como as duplicações das BRs 470, 280 e 282; além da conclusão, já lendária, do anel viário da Grande Florianópolis. Isso só para ficarmos na questão rodoviária de urgência urgentíssima
Os 74 ônibus são muito pouca coisa também para mobilizar dois ministros. Brincadeira tem hora, senhores. Convenhamos, como dizia Leonel de Moura Brizola.
Lacuna
Aliás, Bolsonaro ainda não teve agenda oficial em solo catarinense. Está devendo a visita e investimentos no estado, que lhe deu a maior votação proporcional do primeiro turno em 2018; e a segunda maior no segundo round no pleito do ano passado. Sem falar que por aqui o distinto público elegeu, além do governador do PSL, quatro deputados federais e seis estaduais do partido. A pergunta que não quer calar: será que o atual presidente vai compensar os bilhões e bilhões que foram enviados ao Norte e Nordeste na era PT, dando um pouco de atenção ao Sul do país?
Beleza
Duas notícias nesta segunda-feira relativamente à Eletrosul. Uma, excelente. A companhia não será incorporada pela gaúcha CGTE, como queriam seus diretores e o ministro Onyx Lorenzoni, que é gaúcho da gema. A Eletrobrás confirmou que a elétrica segue sediada em Florianópolis. Maravilha. Trata-se da sexta maior empresa atuando no estado. Além dos empregos, move uma cadeia logística e produtiva.
Outra na ferradura
A outra notícia, ruim, preocupante, é que a dívida de R$ 4 bilhões da CGTE será absorvida pela Eletrosul, assim como a própria empresa gaúcha. A operação acabou indo na direção contrária, e correta, com a companhia maior incorporando a menor. Ao fim e ao cabo, a competência da elétrica catarinense vai pagar a conta da incompetência da CGTE. Importante registrar que essa reviravolta só foi possível pela intensa e competente mobilização das autoridades, notadamente dos deputados federais e estaduais de SC.
Melhor assim
A Câmara de Vereadores de Florianópolis revogou os dois absurdos aumentos, do vale-alimentação e da verba de gabinete, aprovados em tempo recorde na semana passada, no apagar das luzes do semestre legislativo. Dos males, o menor. E demonstra humildade do presidente da Casa, Roberto Katumi, que reconheceu o erro e voltou atrás.
Nomes
Pelo visto, excetuando o vereador Maikon Costa, que foi contra a matéria desde o início; e os colegas dele Pedrão (PP) e Lela (PDT), que estavam em Brasília, os demais vereadores, de todos os partidos e ideologias, foram na onda, mergulhando de cabeça nesse processo. Os vereadores teriam direito a R$ 1.091,00 de vale-alimentação mensalmente, e mais R$ 5,1 mil na verba de gabinete, que é de R$ 21 mil atualmente. Tudo revogado por enquanto, conforme defendido neste espaço na semana passada.
Pressão
Os vereadores da Capital só voltaram atrás em função da fortíssima reação da sociedade, das entidades, da imprensa. A absurda majoração e o inacreditável “rito” relâmpago para aprovação ganharam repercussão estadual e até nacional.