Infelizmente tem sido lugar comum no Brasil, e em Santa Catarina, nos últimos anos, a prisão de prefeitos por supostos envolvimentos em crimes de corrupção e organização criminosa.
Em dois anos 28 prefeitos chegaram a ser presos. O último, essa semana, o alcaide de Criciúma, Clésio Salvaro.
Evidentemente é direito de todo mundo alegar inocência, aliás, o que é presumido até eventual sentença condenatória em que não caiba mais recurso.
No entanto, querer atribuir a culpa de prisões ao período eleitoral, como se houvesse uma perseguição política engendrada entre os Poderes Executivo e Judiciário, e, ainda, à instituição autônoma do Ministério Público, é querer fazer a população de trouxa.
Período eleitoral não é escudo de político contra a Justiça. Nem deve ser. Aliás, as limitações que a lei, criada por políticos, estabeleceu, dizem respeito à antevéspera, véspera e dia das eleições, em que se autoriza somente a prisão em flagrante delito.
Portanto, essa cantilena batida de político preso querer lançar nas costas do jogo político o motivo de suas prisões não convence quem é minimamente atento ao que tem ocorrido no país e em diversas prefeituras, infelizmente, também de nosso Estado.
Um pouco mais de respeito à inteligência do cidadão não cairia mal. A culpa nunca é do sofá, embora para alguns pareça mais confortável acreditar nisso.