De acordo com o levantamento do Sebrae, caso as medidas de isolamento da população permaneçam por mais tempo, 36% dos empreendimentos devem fechar as portas em um mês
Os primeiros dias de restrição à circulação de pessoas e isolamento social, em decorrência do Coronavírus, já atingem o equilíbrio financeiro das empresas e ameaça a sobrevivência de milhões de pequenos negócios no País. Segundo pesquisa feita pelo Sebrae Nacional, 89% das micro e pequenas empresas brasileiras já observam uma queda no seu faturamento. E 36% dos empreendedores afirmam que precisarão fechar o negócio permanentemente, em um mês, caso as restrições adotadas até agora permaneçam por mais tempo.
A pesquisa, feita entre os dias 20 e 23 de março, junto a um universo de 9.105 donos de pequenos negócios, revelou que, na média, a redução no faturamento das empresas foi de 69%. Os empresários ouvidos pelo Sebrae ressaltam que, mesmo adotando uma estratégia de venda on-line, o faturamento anual do negócio sofreria uma queda de 74%, caso as políticas de isolamento social sejam mantidas por um período de dois meses.
Com a expressiva queda nas vendas, 54% dos empreendedores já preveem que precisarão solicitar empréstimos para manter o negócio em funcionamento sem gerar demissões. E, avaliando as perspectivas da economia brasileira, 33% dos empresários entrevistados acreditam que o País deve levar um ano ou mais para voltar ao normal.
As medidas de restrição ao deslocamento de pessoas já fizeram com que 42% dos empresários tomassem a decisão de fechar temporariamente o negócio e levou 26% a reduzir a jornada de trabalho da empresa.
Para o presidente do Sebrae, Carlos Melles, a pesquisa confirma a importância e a urgência de medidas de socorro aos pequenos negócios. “As pequenas empresas representam 99% de todos os empreendimentos do País e geram mais da metade dos empregos formais. A situação provocada pela pandemia exige de todos os agentes públicos o compromisso pela busca de soluções concretas e rápidas para os problemas que essas empresas estão enfrentando no dia a dia da crise”, destaca Melles. O presidente do Sebrae ressalta que a instituição está atuando junto às diferentes instâncias de Governo, ao Congresso e ao Judiciário para o desenvolvimento dessas soluções. “O Sebrae está, nesse momento, ao lado dos empresários e disponibilizando todo o apoio por meio das diferentes plataformas de atendimento”, destaca.
PRINCIPAIS NÚMEROS DA PESQUISA
Como o seu faturamento mensal está sendo afetado?
- 3% aumentou.
- 3% permaneceu igual.
- 89% diminuiu.
Quanto foi a perda em termos de faturamento mensal até este momento?
- de mais de 50% – 63 % dos entrevistados.
- de 41% a 50% – 13 % dos entrevistados.
- de 31% a 40% – 8 % dos entrevistados.
- de 21% a 30% – 6 % dos entrevistados.
- de 11% a 20% – 4 % dos entrevistados.
- de 6% a 10% – 2 9% dos entrevistados.
- até 5% – 0,6% dos entrevistados.
Ações que já estão sendo adotadas.
- 57% disponibilizou álcool em gel para os colaboradores.
- 54% ampliou a limpeza.
- 50% disponibilizou álcool em gel para os clientes.
- 42% fechou temporariamente o negócio.
- 26% reduziu jornada de trabalho.
Ações que a empresa ainda adotará
- 40% fechar temporariamente o negócio.
- 28% ampliar a limpeza.
- 26% disponibilizar álcool em gel.
- 26% aumentar vendas on-line.
- 25% fechar permanentemente.
Por quanto tempo acredita que o negócio permaneça aberto, com as restrições adotadas até agora?
- Mais de 6 meses – 3%.
- De 5 a 6 meses – 4 %.
- De 3 a 4 meses – 8 %.
- De 2 a 3 meses – 30 %.
- Até 1 mês – 36 %.
Quanto tempo demorará para a situação da economia brasileira voltar ao normal?
- Mais de 12 meses – 24 %.
- 12 meses – 9 %.
- 6 meses – 19 %.
- 3 meses – 9 %.
Fonte: Sebrae Nacional