Blog do Prisco
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Pesquisas eleitorais e a espiral do silêncio

Adm. Dilvo Vicente Tirloni – Presidente MDV – Movimento Liberal Dias Velho

Grande parte das pessoas desconfia das pesquisas. Os profissionais da área vêm à público explicar a “modelagem estatística” tudo dentro das recomendações científicas e ainda mais, com registros no TSE o que dá uma dupla segurança, mas, tudo em vão.

Aprendi nas cadeiras de Marketing na FGV/SP que o mundo sempre viveu a ditadura da imagem. De tudo o que aprendemos 80% é através do sentido da visão. É assim desde que o homem é homem. Daí que as Empresas de Publicidade sempre capricharam nas imagens. Filme de publicidade é um primor de qualidade. Dá vontade de comer o produto ou usá-lo, imediatamente. Portanto, o sentido da visão é soberano na aprendizagem e se sobrepõem aos demais.

E o que informam as imagens que captamos das TVs, do TikTok, do Kwai, do WhatsAPP sobre os dois principais candidatos à Presidente do Brasil? Uma avassaladora massa humana acompanhando o Presidente Bolsonaro e alguns “gatos pingados” com o Presidiário Lula.

As diferenças são abissais. Um reúne milhares de seguidores onde quer que vá, seja uma motociata no Sul, Norte, Leste ou Oeste, uma visita a uma feira de animais ou a um canal de televisão. Virou um popstar. Nunca se viu nada igual, no mundo. Mesmo com todas essas evidências as pesquisas teimam em dar ao Presidente uma derrota acachapante.

Os “especialistas” de bancadas de TV com destaque predominante da CNN e Globonews, adoram realçar que o problema do Presidente são seus rompantes contra mulheres jornalistas, contra mulheres parlamentares, sua agressividade contra Lula e opositores, “terceirizam” comentários, enviesadamente, relatando sua condição de “misógino, homofóbico, nazista, fascista, direitista” e esquecem que Bolsonaro reage a perguntas provocativas (Vera Magalhães debate BAND) ou ofensivas como fez Maria do Rosário chamando-o de estuprador.

Em contraponto a estas afirmações o que traz indignação a Bolsonaro e aos milhões de brasileiros é “ver” o Consórcio de imprensa, normalizar a candidatura de um ladrão juramentado, com fé pública, por pelo menos 12 juízes nas 04 esferas da Justiça Federal.

Incomodado com estas pesquisas insanas fui buscar explicação “mais técnica” e encontrei em um dos livros da Dra.   Elisabeth Noelle-Neumann 1916/2010, uma cientista política alemã, cuja obra TEORIA DA ESPIRAL DO SILÊNCIO, dá caminhos para entender o que se passa no Brasil.

Segundo a Teoria a opinião pública influencia o comportamento das pessoas. E quem é essa “opinião pública”? Bem aqui a cientista evoca, substancialmente a TV, mas nos dias atuais ela iria reconhecer todos os meios de comunicação, sobretudo, as REDES SOCIAIS que usam e abusam da imagem.

Os agentes sociais (o povo) olham ao seu redor, e percebem que há uma “opinião dominante” então eles se omitem, ficam mudos, se isolam com medo da crítica ou da zombaria. O Consórcio de TV, Rádios e alguns canais independentes estão há pelo menos 3,5 anos infernizando a vida do Governo, construindo uma linha hegemônica negativa do Presidente. Nestes segmentos mais profundos da pirâmide social, todavia, “enxergam” outra realidade, embora não se expressem, publicamente. Acham que são minoria, preferem resguardar-se para evitar impasses.

Quanto mais forte for a comunicação predominante negativa ao Presidente, mas fortalece a ideia de minoria e assim se estabelece um comportamento de tendência progressiva espiral onde o indivíduo ao não expor a sua ideia, concorda com a “maioria”.

Este fenômeno também é relatado pela sociologia informando que o Grupo Social a que pertence uma pessoa é mais “forte” do que os indivíduos, isoladamente, de tal sorte que muitos podem até não concordar com a teoria predominante, mas para evitar transtornos, permanecem calado. Todavia, se há momentos em que pode operar fora do grupo, vai exibir comportamento totalmente diferente do mundo em que habita. É o que pode acontecer quando vai votar. Como age sozinho sem a presença das forças sociais ou de comunicação, vota ao contrário do que identificam as pesquisas.

Talvez a Espiral do Silêncio e a própria Sociologia de Grupo podem explicar o momento político atual. É uma hipótese. Vamos conferir em 02 de outubro.