Estaleirada no epicentro daquele pode ser o maior escândalo de corrupção do país, a Petrobras segue despertando paixões. Encurralados pelos desdobramentos da Operação Lava Jato e pela péssima gestão da empresa nos últimos anos – que fez seu valor de mercado cair 60% – os petistas saem a campo agora no afã de “preservar” a companhia.
De Santa Catarina, o deputado federal Pedro Uczai distribuiu texto afirmando que, na década de 90, os “governos neoliberais do PSDB” descapitalizaram a Petrobras, que estaria sendo preparada para a privatização.
Segundo o petista, no melhor estilo da campanha “o petróleo é nosso”, há muitos interesses internacionais em jogo. Desconsiderando a falta de competência na administração da empresa, Uczai sugere ao povo brasileiro que reaja ao “golpe” (!) contra a Petrobras. O tiroteio em cima da companhia, avalia ele, seria uma mera tentativa de “golpe articulado por setores que tem interesse em imobilizá-la, desvalorizá-la e vendê-la.” E segue o deputado petista, que enxerga inimigos em cada duto da Petrobras, dutos pelos quais jorraram milhões e milhões em propina enquanto o preço dos combustíveis foi para as alturas, na contramão do mercado internacional.
“Precisamos desarticular esta tentativa de desmonte do patrimônio do povo brasileiro, evitando que seja entregue nas mãos de conglomerados petroleiros internacionais,” acrescenta o parlamentar. Até pode ser que o petróleo seja nosso, mas os desmandos na condução da empresa são privilégio de pouquíssimas pessoas, todas ligadas ao PT e aos partidos da base do governo federal.