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PF bate no apartamento de Kassab

Do G1,

“A Polícia Federal (PF) faz buscas no apartamento do ministro da Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab (PSD), em São Paulo, nesta quarta-feira (19). A ação decorre da delação da J&F – um delator da empresa afirma que o político recebeu mesada de R$ 350 mil por mês em 2009, quando era prefeito de São Paulo, em troca de defesa dos interesses do grupo.

Ao G1, o ministro disse que “não há nada que macule” sua imagem.

Os policiais também fazem buscas na residência de Renato Kassab, irmão do ministro. Os agentes da PF cumprem, ao todo, oito mandados, sendo seis em São Paulo (capital, São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, e São José do Rio Preto, no interior), e dois em Natal, no Rio Grande do Norte.

Gilberto Kassab – foto>Sérgio Lima, Poder 360

A ação da PF ocorre após petição da procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Nela, Dodge afirma que os colaboradores Wesley Batista e Ricardo Saud informaram ter repassado R$ 58 milhões ao ministro em duas situações distintas, entre elas a mesada de R$ 350 mil. os pagamentos teriam ocorrido entre 2010 e 2016, alcançando, ao todo, R$ 30 milhões.

“O objetivo dos pagamentos era contar com poder de influência do ministro em ‘eventual demanda futura de interesse do referido grupo’. Para viabilizar os repasses, os envolvidos celebraram contrato fictício de prestação de serviços com uma empresa do ramo de transportes que possuía relação comercial com a J&F”, diz nota da Procuradoria Geral da República (PGR).

Os demais R$ 28 milhões teriam sido pagos ao diretório Nacional do PSD, na época presidido por Kassab. Como contrapartida, a legenda teria apoiado o PT na disputa nacional de 2014.

“Segundo um dos colaboradores, todos os valores repassados eram provenientes de uma espécie de conta-corrente de vantagem indevida vinculada ao PT, que teria autorizado os pagamentos. Neste caso, o repasse foi operacionalizado por meio de doações oficiais de campanha e outros artifícios como a quitação de notas fiscais falsas. Também há registro da entrega de dinheiro em espécie”, diz nota da PGR.”

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