Depois de uma rateada, o PL na Alesc voltou a colocar o trem nos trilhos no contexto da mesa diretora da Casa.
A eleição é na próxima quarta-feira, quando também haverá a investidura da nova safra de deputados e deputadas para a legislatura que se iniciará na mesma data.
Depois de um movimento atabalhoado do líder Ivan Naatz, o PL acabou fechando com Zé Milton Scheffer, do PP. Ainda no ano passado.
Ocorre que quando foram buscar os votos complementares – são necessários pelo menos 21 deputados -, maioria simples para eleger o presidente, a situação complicou-se.
Do outro lado, o MDB e o PSD se articularam. Formaram quatro blocos, totalizando 26 deputados.
PL e PP contam com 14 deputados. Ficaram com o pincel na mão sob a perspectiva de eleger Zé Milton.
Ponteiros
O governador Jorginho Mello teve que entrar no circuito para acertar o baralho. Ele é um dos políticos mais experientes de Santa Catarina. Cumpriu quatro mandatos de estadual e foi presidente do Legislativo catarinense. Conhece como poucos os bastidores da política local e, também, da nacional.
Freio de arrumação
Evidentemente que Jorginho não quer começar sua gestão com a questão política enviesada na Alesc. Trocando em miúdos: o governador deseja uma base de apoio sólida e majoritária no Parlamento. E é assim que tem que ser.
Cachimbo da paz
Resultado: chegaram ao entendimento. O PL vai fechar com o nome natural, desde sempre: Mauro de Nadal, do MDB. Ele já presidiu a Casa e num grande gesto, vale lembrar, abriu mão de um ano de mandato em favor do correligionário e também oestino Moacir Sopelsa.
De volta
Numa daquelas coincidências da política, Sopelsa recebeu o comando das mãos de Mauro de Nadal e agora vai devolver ao próprio Mauro para um mandato cheio, de dois anos.
Rodou
Outro aspecto: o PP deve ficar na mão, sem cargos na mesa. Até porque Zé Milton não conseguiu viabilizar seu projeto. A nova composição está fechada. Há espaço para o PL, mas não para o PP.
Liderança
Zé Milton pode virar líder do governo Jorginho Mello e o PL tem tudo para emplacar o vice-presidente da Alesc. Como o PL tem uma grande bancada, de 11 deputados, há vários ruídos internos.
Resistência
É perceptível que dois nomes enfrentam resistências dentro das demais bancadas da Alesc: Ana Campagnolo, recordista de votos na eleição passada, e Jessé Lopes.
Perfil
O indicado do PL terá que recair sobre um nome entre os outros nove. Despontam quatro liberais: Maurício Eskudlark, atual vice-presidente da Casa e que pode novamente ser eleito para o cargo pelo fato de entrarmos em nova legislatura; o empresário Nilso Berlanda, que também já foi vice; Ivan Naatz, que é o líder do partido; e, entre os novatos, Carlos Humberto, que vai renunciar ao cargo de vice-prefeito de Balneário Camboriú para assumir como deputado na semana que vem.
Por fora
Carlos Humberto acaba sendo um azarão, chega leve (sem grandes resistências ou desgastes) e pode surpreender. A mecânica da eleição é a seguinte: são eleitos os cargos da Mesa isoladamente, a começar, naturalmente, pelo presidente.
Unanimidade
Mauro de Nadal tem tudo para fazer os 40 votos. Até o PP deve respaldá-lo. Daqui a dois anos, caso Zé Milton faça uma boa costura, ele poderá ser o sucessor de Mauro de Nadal.
Hummm
Pode soar estranho, constrangedor, se o presidente emplacar a unanimidade e o vice conquistar 23, 24 votos, por exemplo. O PL não pode errar no nome para esta função tão importante. Simples assim.