Por óbvio, o universo político está todo voltado e concentrando forças nesta reta final com vistas ao segundo turno eleitoral neste país e no estado.
Em meio ao frenesi destes dias os políticos ainda encontram tempo para as articulações visando a nova mesa diretora da Assembleia Legislativa.
Já temos o quadro dos novos 40 deputados que vão assumir na Alesc em fevereiro. A maior bancada é a do PL do senador e virtual governador Jorginho Mello. São 11 deputados, cerca de 28% do Parlamento. O MDB segue importante, mas bem menor. Perdeu três cadeiras e tem seis deputados.
O PT fez quatro, manteve seu espaço, praticamente um terço da representação do PL. Depois, vêm pequenas bancadas como o PSD, que conquistou três cadeiras e o PP na mesma medida com três parlamentares para a próxima legislatura.
O PSDB manteve os dois deputados.
Pulverização
O restante é pulverizado em bancadas com baixa expressividade. Neste cenário, já tentam começar a criar uma narrativa de que com a virtual vitória de Jorginho ao governo, o PL teria que abrir mão do comando do Legislativo estadual.
Marca de LHS
Isso efetivamente tem ocorrido na história recente de Santa Catarina, especialmente nas duas gestões de Luiz Henrique da Silveira. O emedebista entregou um mandato de presidente ao então petista, hoje emedebista, Volnei Morastoni, atualmente prefeito de Itajaí.
Depois, houve duas presidências de Julio Garcia. Em legislaturas distintas. À época, Garcia era filiado ao DEM, hoje PSD.
Menos, menos
O MDB, vale lembrar, não ocupou a presidência da Alesc na era LHS. Depois de Garcia, houve um mandato dividido entre Jorginho Mello e Gelson Merisio. O partido só voltou ao comando do poder legislativo com Aldo Schneider na gestão de Raimundo Colombo (PSD). Schneider não completou o mandato. Foi vitimado por um câncer.
Interesses
Também vale rememorar que no período de Colombo, o PSD pilotou o Parlamento com Gelson Merisio. Evidentemente que a narrativa atual que estão tentando criar só interessa a quem não quer o PL liderando o Parlamento. Alguns são figurinhas carimbadas de sempre.
Dupla
A grande realidade é que só temos duas alternativas concretas para a Assembleia. Ou um deputado do PL ou um do MDB para gerir a Casa. Não há outra opção. Até porque as demais bancadas são inexpressivas. E o deputado Julio Garcia, que já cumpriu três mandatos de presidente? Não tem a menor chance, chance zero para ele. A delação do empresário Jaime de Paula, pesadíssima, atinge em cheio o experiente político no âmbito da Operação Alcatraz. Ele já vinha perdendo forças nos bastidores.
Piada
Outro nome ventilado artificialmente é o de Marcos Vieira. Oras, o PSDB só tem duas cadeiras na Alesc. Sem contar que o tucano é visto com enorme desconfiança por seus pares sobretudo pelas escaramuças, pra não dizer outra coisa, dele à frente da Comissão de Finanças da Assembleia, onde reina há mais de dois anos. Reinado, aliás, que tem tudo para acabar a partir de 2023.
Boas opções
O MDB tem o nome de Mauro de Nadal, que já presidiu a Casa e dividiu o mandato com o atual presidente, Moacir Sopelsa; e Antídio Lunelli, que teve o tapete puxado para sua candidatura ao governo (ele renunciou à prefeitura de Jaraguá do Sul e foi à convenção do MDB) e elegeu-se estadual como mais votado do MDB e o terceiro no estado, só perdendo para Ana Campagnolo (PL) e Luciane Carminatti (PT).
No PL, o nome mais forte e natural é do atual vice-presidente, Mauricio Eskudlark. A conferir!