PMDB pode se unir à oposição por impeachment
Na República do avesso e da roubalheira sem fim, também vale-tudo, sim senhor. Agora o PMDB, partido do vice-presidente Michel Temer, que está no poder desde a redemocratização, já avalia a hipótese de aliar-se ao PSDB para levar a cabo o impedimento da atual inquilina do Palácio do Planalto.
Depois do “rompimento” de Eduardo Cunha com o governo (na verdade, ele nunca foi aliado. Tirou proveito até onde deu), a tese ganhou força. O termômetro, contudo, serão as manifestações populares marcadas para o dia 16 de agosto. Se a presença do povo nas ruas for expressiva e a palavra impeachment estiver na boca da população, as duas legendas podem convergir para o entendimento de que a cassação de Dilma seria a melhor solução. Por ora, o assunto é tratado de forma discreta e restrita aos bastidores.
Ninho dividido
O curioso é que não há unidade nem mesmo dentro do PSDB. Para o mineiro Aécio Neves, o cenário mais favorável seria a degola de Dilma e Temer, pois com o recall que tem de 2014, seria um nome natural na presidência. Já Geraldo Alckmin e José Serra advogam a derrubada apenas da petista, com o vice peemedebista assumindo o governo. Neste caso, a dupla paulista teria tempo de tentar se viabilizar como candidato em 2018. Explica-se: assim como o PT, o PSDB também não está preocupado com um projeto de nação, apenas com a volta ao poder.
Hora do espanto
Neste contexto, Serra e Alckmin projetam Michel Temer competando o mandato na esperança do enfraquecimento de Aécio Neves até 2018. Os dois sabem que o timing deles não é agora.
Serra no PMDB
Conforme revelou a interlocutores na sua mais recente passagem por Santa Catarina, José Serra segue avaliando a possibilidade de mudar-se para o PMDB. Se Temer assumir o Planalto, ele poderia ser guindado a ministro da Fazenda, posicionando-se como pré-candidato do Manda Brasa no próximo pleito nacional. Preocupações e projeções restritas a projetos de poder.
Mais um
Embora seja um município muito pequeno, Vargem, no Meio-Oeste, também passa a ser administrado pelo PSD. O prefeito Nelson “Peixe” Gasperin deixou o PP e assinou ficha no partido do governador. Mais um sinal de que os pessedistas estão atuando para fortalecer suas fileiras “por toda Santa Catarina,” não desprezando um cantinho sequer. E avançando prioritariamente sobre prefeitos peemedebista e progressistas.
Laços antigos
Djalma Berger (presidente) e Cláudio Vignatti (diretor de Operações) concedem entrevista coletiva na sede da Eletrosul nesta terça, 21. Curioso ver a dupla chegar junta à elétrica. A ligação dos dois é antiga. Remonta aos tempos em que Berger era prefeito de São José. Os laços foram se estreitando até o arranjo que levou a advogada e procuradora Adriana Berger, então mulher de Djalma, a ser escolhida primeira suplente de Vignatti na disputa pelo Senado em 2002.
Richa antiga
Deputado Leonel Pavan (PSDB) vai defender, na volta das férias, que a Comissão de Turismo da Alesc convoque o secretário Filipe Mello. O tucano, que tem no pai do titular da Secretaria de Estado do Turismo, Jorginho Mello, um de seus maiores desafetos, está intrigado com a suspensão da licitação para a obra do Centro de Eventos de Balneário Camboriú. Mistério. Alias, no PR já tem dirigente defendendo a substituição de Filipe.