Verdade que a primeira reunião do PMDB em 2017 contou com a presença de praticamente toda a cúpula do partido. Desde o presidente Mauro Mariani até os ex-governadores Casildo Maldaner e Paulo Afonso Vieira; passando pelo vice-governador Eduardo Moreira e parte das bancadas federal e estadual da legenda.
À primeira vista, pelas imagens distribuídas pela assessoria, imagina-se um partido unido em torno do projeto eleitoral de 2018. Beleza. Mas o quadro não é tão unitário quanto se permite perceber. O encontro foi recheado de alfinetadas mútuas entre Mauro Mariani e Pinho Moreira.
Enquanto o capitão da nau peemedebista insinuava que o vice-governador plantou informações na mídia sobre o fato de ele não ter ido à posse de Udo Döhler, em Joinville, e de ter “sumido” por um período (no qual Moreira teria capitaneado, de fato, a sigla); Moreira deixava transparecer que estão na conta do presidente do partido as informações indicando que o vice nomeou sozinho os novos secretários, ignorando solenemente a executiva e as bancadas peemedebistas. Clima tenso e de certa hostilidade, em vários tons de ironia!
Trinca
É fato que o trio de peemedebistas nomeados na reforma administrativa tem as digitais de Eduardo Moreira. Luiz Vampiro (Infraestrutura) e Acélio Casagrande (Articulação Nacional) são do Sul, base eleitoral do vice-governador e absolutamente ligados a ele. Já Milton Martini é titular do time de Paulo Afonso Vieira. Sua investidura foi a forma encontrada por Moreira para atrair o grupo do ex-governador para as bandas de seu feudo no PMDB.
Medindo forças
Neste momento, estão se engalfinhando nas fileiras do PMDB. De um lado Eduardo Moreira e os dois ex-governadores (Paulo Afonso e Maldaner), e do outro, Mauro Mariani e o senador Dário Berger.
Blefe?
A dúvida no partido desdobra-se em duas frentes: Se Eduardo Moreira estará na cabeça de chapa e se o fará buscando a reeleição, no vácuo da hipotética renúncia de Raimundo Colombo. Há quem projete que o vice estaria blefando. No frigir dos ovos, abriria caminho para a candidatura de Udo Döhler. Na outra ponta, existem os que acreditam que Eduardo Moreira movimenta-se com o firme propósito de disputar o governo em 2018, impondo-se ante Mauro e Dário com o apoio dos dois ex-governadores. A conferir.
Incógnita
Há outra questão de bastidores que precisa ser levada em consideração quando o assunto é Eduardo Moreira, governo do Estado e candidatura do PMDB no ano que vem. Vale lembrar que em 2010 o Ministério Público barrou a candidatura de Leonel Pavan. No fim das contas, o tucano até conseguiu assumir o governo, mas no fim de março, depois de muita polêmica. A intenção de Luiz Henrique era deixar o cargo no começo de janeiro. Agora existe a incógnita em torno da situação de Eduardo Moreira, que está com os bens indisponíveis em função do caso Monreal.
Milionário
A empresa foi contratada pela Celesc para fazer cobranças de faturas em atraso. Contrato milionário. As consequências do acordo, que levantou inúmeras suspeitas, ainda tramitam nos escaninhos do Ministério Público e do Judiciário.
Caminho aberto
Em 2010, com Pavan alvejado por denúncia de corrupção, quem se impôs como candidato foi Raimundo Colombo. Guindado a esta condição por Luiz Henrique da Silveira. A história poderia se repetir com Eduardo Moreira?