Depois de um longo e tenebroso inverno, a economia, indiscutivelmente, vem apresentando sinais positivos. A inflação de janeiro foi a menor desde 1979, as contas públicas estão sendo enxutas, apesar de alguns Estados estarem falidos; os juros continuam caindo e o ambiente geral de negócios é de expectativa positiva. A retomada do crescimento, de forma mais contundente, deve ocorrer a partir do segundo semestre.
Aleluia. Maravilha. Mas no campo político, as notícias andam na contramão do que ocorre na seara econômica. No Planalto, no Congresso e no próprio Judiciário a movimentação é escancarada no sentido de apagar as luzes da Lava Jato.
Não por acaso, o ministro Edson Fachin, novo relator dos processos atinentes à força-tarefa no STF, aceitou o pedido de inquérito contra os senadores Renan Calheiros e Romero Jucá, e o ex-presidente José Sarney, trinca dourada do PMDB. O partido pilota as manobras e rasteiras que visam a ferir de morte as investigações. Aí estão Edson Lobão na presidência da CCJ do Senado e Renan na liderança da legenda na Casa. Nesta batida, a tendência é a temperatura subir, gerando novos e delicados conflitos entre a banda boa do Judiciário e a classe política do Sul do Mundo. Resta ajoelhar e rezar para que a economia sobreviva à contaminação a partir do ambiente político.