Vejam só. Mais um lance inacreditável, inaceitável na política deste país. Este, sim, total e absolutamente antidemocrático. Vazou que antes do fechamento da primeira versão do relatório de Renan “Canalheiros” na CPI do Circo, aliás, conteúdo que teve dezenas de versões para contemplar os diversos interesses de senadores, suas excelências foram se aconselhar com Luiz Roberto Barroso. Hoje é esse o quilate de um “ministro” do Supremo, que também é o atual presidente do TSE, a corte eleitoral.
Barroso ensinou aos senadores para suprimirem esta ou aquela acusação no intuito de que fosse construída uma peça com chances de ser aceita na Procuradoria Geral da República. Vejam só a que ponto que chegamos no puxadinho chamado STF. Um ministro do STF dando dicas a senadores de oposição para emparedar um presidente da República.
Pergunta-se: isso é democrático? Isso é correto, isso é moral, isso é conduta de juiz? Mas aí não se fala em atos antidemocráticos, e todo essa conversa mole, toda essa farsa, essa narrativa do engodo, politiqueira e que desestabiliza o país.
Só um
Voltemos ao centro atual da farsa, o tal relatório de “Canalheiros.” Depois desse festival de ações antidemocráticas, Eduardo Braga, líder do MBD no Senado, correligionário do notório, exigiu que o nome do governador Wilson Lima, do Amazonas, estado de Braga, constasse na peça circense. Levada tão a “sério” pela mídia manipuladora e militante e pela oposição que só gosta do quanto pior, melhor.
Canalheiros, o convicto
Neste ponto ficou clara a “convicção” do relator sobre os listados na CPI. Que, registre-se, não indicia ninguém. Pede ao Ministério Público que indicie. A CPI, qualquer criança já sabia, é guiada por interesses eleitoreiros. Nos contextos nacional e estaduais. Só. Uma vergonha absoluta.
Dentro de casa
Pra finalizar, Canalheiros pediu o indiciamento do colega de CPI Luiz Carlos Heinze, governista, claro, por exigência de Alessandro Vieira, que se autointitulou presidenciável do Cidadania. Este país é uma beleza!
Poesia
Como a oposição tem maioria na tal CPI, a peça fictícia foi aprovada e encaminhada à PGR. Que já deu sinais de que pode levar o enredo circense adiante. A conferir se Augusto Aras, o Procurador-Geral da República, tem alguma convicção ou se foi político no seu discurso.
De qualquer forma, nestas horas o colunista lembra de um trecho de uma música do saudoso Cazuza. “Transformam um país inteiro num puteiro, pois assim se ganha mais dinheiro.”
foto>Ailton de Freitas, o Globo, divulgação