Blog do Prisco
Manchete

Políticos sentem a pressão sem prazo de carência

Convencionou-se, ao longo das últimas décadas, oferecer um prazo de carência de seis meses para todos aqueles que são eleitos para cargos executivos. Prefeitos, governadores e o presidente da República.
Na verdade, continua valendo essa espécie de pacto de não agressão nos meios políticos e midiáticos. Nas mais recentes eleições, contudo, diante do grau de polarização (podemos incluir aí os pleitos de 18, 20 e 22) a sociedade parece um pouco impaciente. É a panela de pressão das redes sociais e seu imediatismo empurrando seu calor para a política também.
Deseja-se resultados para ontem dos gestores eleitos. É uma nova realidade. Foi assim com Jair Bolsonaro. Ocorreu o mesmo com os prefeitos eleitos há pouco mais de dois anos.
Lula da Silva e a nova safra de governadores já estão sentindo na pela o clamor das ruas e da web.
Neste primeiro mês, que se encerrou ontem, a cobrança concentrou-se na figura do presidente. Até porque sua vitória foi apertadíssima, diferentemente da de Bolsonaro, que ganhou do poste Fernando Haddad com folga considerável em 2018.
Lula não colocou dois pontos percentuais de vantagem sobre o oponente, pouco mais de 2 milhões de votos. Muito pouco considerando o universo eleitoral brasileiro.

Sanguessugas

Avaliando-se, ainda, o número de ministros nomeados, 37, contra 23 que existiam até dezembro; observando-se o perfil de Lula; somando-se os processos e ações que cada qual de seus assessores diretos responde, totalizando quase 2 mil processos; a fila de escândalos se avoluma.

Tripé

Depois das ministras da Cultura (Margareth Menezes) e do Turismo (Daniela Carneiro), o ministro das Comunicações (Juscelino Filho) já é o terceiro aparentando problemas sérios sob o aspecto da malversação do dinheiro público. Destinou emendas parlamentares para o asfaltamento de vias de acesso a fazendas dele próprio e de familiares. Sem nem ficar vermelho!

Verborragia

Não bastasse tudo isso, há a coleção de declarações estapafúrdias, desconexas, sem lógica por parte do ex-mito. Só neste primeiro mês, ele já tratou de queimar parcela considerável da pouca gordura que tinha acumulada. Seu capital político e eleitoral já não é mais o mesmo.

Pelas beiradas

Outro aspecto deste primeiro mês do retorno do lulopetismo: observa-se claramente o principal líder de oposição, que não é nenhum bolsonarista de carteirinha.

Muito light

Tarcísio de Freitas, carioca que foi levado por Bolsonaro a São Paulo e ganhou a eleição, está se mostrando simpático ao novo governo. Vem calibrando o discurso. Não se posiciona como alguém para liderar a direita e muito menos para combater a esquerdopatia daqui a quatro anos.

Mineiramente

Quem vem sendo mais duro nos seus posicionamentos é Romeu Zema, reeleito no primeiro turno em Minas Gerais.

Timing

Em 2026, ele vai estar completando seu segundo mandato. É nome natural para a sucessão de Lula da Silva.

Currículo

O mineiro, filiado ao Novo, vem fazendo gestão exitosa, exemplar sob o aspecto ético e moral. Além de eficiente. Zema pegou o Estado quebrado depois da era PT, com salários atrasados e contratos não honrados. Não só colocou o trem nos trilhos como está acelerando a locomotiva mineira. Ele começa a sinalizar lá para frente.

Lua de mel

Aqui em Santa Catarina, ainda não surgiu um líder claro e manifesto de oposição ao governador Jorginho Mello.

Se ajeitando

Também porque a Assembleia Legislativa empossará seus novos deputados, eleitos e reeleitos, nesta quarta-feira, quando vai ocorrer a eleição da nova mesa diretora da Casa.

Fila anda

No plano federal, com a ida de Jair Bolsonaro para os EUA, Zema vem ocupando o espaço. Pelos lados da província Barriga-Verde, o nome natural seria o de Décio Lima, que foi ao segundo turno contra o atual governador.

Submersão

O petista local, no entanto, mergulhou, submergiu às profundezas. Foi recebido, é verdade, por Lula em almoço reservado neste janeiro, o que é uma deferência incontestável. Mas até agora não foi aproveitado em nenhuma função federal. Assim como Dário Berger, que deu adeus ao Senado. Está sem mandato a partir desta quarta.

Curtindo a vida

Moisés da Silva tirou dois meses de férias. Em março vai assumir a presidência estadual do Republicanos. A conferir que tipo e a envergadura da oposição que o antecessor fará a Jorginho Mello.

Observando

Esperidião Amin, por ora, está restrito ao contexto federal. Significa que o governador de Santa Catarina nada de braçada. Está em lua de mel.

foto>HospitalSantaMonica, divulgação

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