Na iminência da queda do atual Governo por força do Impeachment, dois complexos universos de assustadores problemas estarão materializados. O primeiro é o ” complexo político”, que para ser enfrentado enseja uma base sólida para gerir a múltipla crise nacional. Para tanto, o governo novo contará com um exímio articulador que será o próprio Presidente Michel Temer, um grande profissional do setor. A missão é árdua, e seu sucesso depende também do próximo universo.
Esse segundo universo de problemas é o do “complexo econômico”. E já se discute quem comandaria esta verdadeira “Enterprise”, a nave estelar. Há quem tenha sugerido nomes de banqueiros e especialistas para Ministro da Economia e houve quem sugerisse o nome do Senador, ex Governador e ex-ministro José Serra. Quem sugeriu acertou.
Neste momento , diante do quadro de multi-crise e super-crise, o nome de banqueiros e financistas servem para muitos postos da área econômica, principalmente o Banco Central.
Por que Serra? Simples: porque trata-se de liderança para além da competência. Tem histórico, tem currículo. Por que Serra? porque chega de saltos – e como dizia Luiz Henrique, citando Ulisses Guimarães , ” a política não dá saltos”. Deu com Collor e com Dilma, e deu no que deu.
Temer na política e Serra na economia significa jogar com todas as fichas, como foi o jogo de Itamar com Fernando Henrique.
Porque é importante que os melhores quadros da política brasileira estejam juntos neste momento? Porque o povo que vai às ruas, usando uma metáfora futebolística, saberá reconhecer quando os maiores líderes brasileiros das últimas décadas estiverem jogando juntos, para além e acima de egos pessoais e disputas de poder.
A união dos nossos maiores e mais qualificados líderes é o que falta para explicar com gestos claros ao povo brasileiro que o Brasil tem que mudar, deve mudar , dando fim ao populismo irresponsável e aos elitismos também.
Os complexos universos de problemas ,portanto ,exigirão o melhor da capacidade que a história do Brasil conseguiu produzir até aqui em termos de quadros políticos. Poderá ser assim com Serra. Chegou a vez dele. Ele é simpático? Mais ou menos, dizem. Mas não é hora de pensar num Ministro da Economia para chamar de amigo. Como dizem os americanos: quer um amigo, compre um cachorro!
O Brasil, como preocupou-se um dia o antropólogo frances Levy-Strauss, corre o risco de envelhecer sem jamais ter amadurecido.
Sob um novo governo teremos uma nova chance de criar um país moderno, racional, produtivo, eficiente e que produza muita mais num ambiente econômico saudável, menos absurdo, menos corporativo e aberto ao mundo. Teremos um recomeço e o Senador Serra está pronto e preparado para fazer a sua parte. Deixem a história dizer.
Vinicius Lummertz.
