Aconteceu nesta terça-feira, em Brasília, no Palácio do Planalto, sem a presença do presidente Lula da Silva, reunião para selar o futuro do Porto de Itajaí com a federalização.
Inclusive, Décio Lima, que desapareceu, não compareceu em Joinville na quinta-feira durante a visita do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.
Aliás, não apareceu em momento algum dos encontros relacionados ao futuro do Porto de Itajaí. Mas não mais do que de repente, ele escolheu o advogado João Paulo Tavares Bastos para ser o interlocutor do Porto de Santos junto ao Porto de Itajaí.
O terminal itajaiense agora estará subordinado ao santista.
Eles falam que o causídico será uma espécie de interlocutor do governo federal com o Porto de Itajaí. Quando, na verdade, ele vai ser um interventor. Simples assim.
Partidário
E veja quem Décio Lima escolheu: um advogado que já foi conselheiro federal da OAB, presidente da Ordem de Itajaí, mas filiado ao PT. Já concorreu pelo partido à prefeitura de Itajaí. Em 2024, seu nome chegou a ser oficializado para novamente concorrer.
Vocação
Mas ele desistiu na undécima hora. Ou seja, é Décio Lima colocando as suas digitais na questão do Porto. Ponto. Ele é o coveiro-mor do terminal de Itajaí. Décio não apenas está politizando, mas partidarizando a escolha.
Eleitoreiro
Ora, o cidadão é filiado ao PT e já foi candidato. É uma situação que entra até o contexto eleitoral.
Golpe
Já o prefeito eleito, Robison Coelho, receberá o golpe da federalização, desmontando a autoridade portuária municipal justamente no dia da posse do liberal à frente do paço municipal.
História
O porto, aliás, é importante ratificar, relembrar, já foi administrado por Décio Lima. O petista foi superintendente ali. Aliás, ele nasceu em Itajaí e reside hoje na cidade portuária.
Rombo no casco
Mas a visibilidade em termos de responsabilidade para a federalização ganhou tamanho contorno que o estrago para Décio é difícil de mensurar. Porque a opinião pública itajaiense sabe muito bem que ele, o ex-prefeito de Blumenau, é o responsável pela entrega do porto a um concorrente direto, o Porto de Santos.
Retrocesso
Ou seja, isso vai gerar desemprego, perda de receita ao município. É uma realidade social que ninguém deseja. Por outro lado, tem a compensação. O cabide de emprego para a companheirada do PT vai rolar solto.
Dificuldade
O colunista quer ver, a partir de agora, Décio Lima circular pela cidade. A situação vem ganhando contornos tão graves que Décio Lima não se elege mais síndico de quarteirão.
A aposta é que ele não se elege mais deputado estadual, aliás, cargo que nunca ocupou. O petista já foi federal e prefeito de Blumenau.
Fora
Em Itajaí, podem esquecer. Com o trabalho que ele realiza no comando do PT, que caiu de onze para sete das 295 prefeituras catarinenses; cinco das quais fixadas no Oeste Catarinense, região de onde são os quatro deputados estaduais e um dos dois federais, Pedro Uczai.
Companheira
A outra parlamentar que não pertence ao Oeste é justamente a mulher de Décio, Ana Paulo Lima, que se elegeu, embalada por sua candidatura ao governo, mas que já sofre questionamento.
Criticado
Na reunião do último sábado dos petistas, Décio recebeu severas críticas dos dois principais oponentes, ambos do Oeste. Além de Pedro Uczai, a deputada estadual Luciane Carminatti, também disparou na direção do atual dirigente. Aliás, ela e Uczai foram os dois mais votados do PT nas eleições de 2022, ficando em segundo lugar tanto na Alesc quanto na Câmara, perdendo apenas para Carol De Toni e Ana Campagnolo, respectivamente.
Alto lá
Décio Lima foi muito criticado na reunião, questionado não apenas sobre a permanência à frente do partido, como também, já numa clara sinalização, de uma terceira candidatura consecutiva ao governo, projeto que não é bem recebido no partido. É o inferno astral para Décio Lima, no ambiente partidário e no ambiente político de Santa Catarina.