A grande incógnita neste início de campanha de segundo turno gira em torno do comportamento de Jair Bolsonaro, o grande vencedor do primeiro round, em relação à disputa eleitoral de Santa Catarina.
Juntos, Gelson Merisio (31.12%) e Comandante Moisés (29.72%) fizeram praticamente 61% dos votos válidos no Estado.
Só que o candidato a presidente que os dois apoiam somou 65,82% dos sufrágios computados. Considerando-se que quem votou em Merisio e Moisés votou também em Jair Bolsonaro, o presidenciável do PSL ainda fez 5% dos votos entre eleitores de outros candidatos.
E quem transferiu votos para Bolsonaro não foram os candidatos a governador. Talvez Merisio, possivelmente transferiu alguma coisa. No balanço geral, ocorreu justamente o contrário. O cabeça-de-chapa nacional é que transferiu eleitores para a dupla catarinense.
Duas canoas
É um contexto delicado para Bolsonaro. Não se sabe até que ponto ele vai assumir por inteiro a candidatura de seu correligionário em Santa Catarina. Ou se optará por ficar neutro, focado em não desprezar os votos dos eleitores de Gelson Merisio. Evidentemente que o eleitor saberá que o candidato do PSL no Estado é Moisés, mas isso pode não significar necessariamente que ele seja o único postulante do Bolsonaro em Santa Catarina. A conferir!
Plim-plim
O tempo de TV agora pode favorecer mais Moisés e Bolsonaro, que tinham apenas 7 segundos diários no primeiro turno. Daqui em diante, os postulantes do PSL terão direito a metade dos espaços diários no rádio e na TV. A propaganda eleitoral começa no dia 12 de outubro. Nos meios radiofônicos e televisivos, ela se encerra no dia 26. Importante registrar que até aqui a onda Bolsonaro, ou tsunami como os comentaristas convencionaram chamar, cresceu e foi respaldada pelas redes sociais!
Casal
Décio e Ana Paula Lima estão sem mandato a partir de janeiro. Ele ficou em quarto lugar para o governo estadual e ela agora é suplente de deputada federal.
De fora
Além do casal petista, figuras tradicionalíssimas da política estadual também estarão sem mandato a partir janeiro. A lista contém Raimundo Colombo, Paulo Bauer, Valdir Colatto, Ronaldo Benedet, Ideli Salvatti, Carlito Merss, o próprio governador Eduardo Moreira, que sequer concorreu, e até o jovem Napoleão Bernardes, que, registre-se, tem um grande futuro pela frente em que pese o revés de domingo. Surpreendeu também a não-reeleição do presidente da Alesc, Silvio Dreveck.
PSL
O partido assegurou quatro das 16 cadeiras de deputado federal e seis das 40 de estadual. Na Assembleia, fez a segunda maior bancada, atrás apenas do MDB, que encolheu uma vaga. Suplantou PSD, PP e PSDB. Os tucanos, registre-se, despencaram. De cinco cadeiras até então, renovaram apenas duas neste pleito.
Rede
A Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (RAPS), organização pioneira criada em 2012 com a missão de trabalhar pela transparência e ética na política, conseguiu eleger em Santa Catarina duas lideranças – uma para a Assembleia Legislativa e outra para a Câmara dos Deputados. Os eleitos foram respectivamente a ex-prefeita de Bombinhas, Ana Paula da Silva, a Paulinha, do PDT, para a Assembleia Legislativa, e o vereador joinvilense Rodrigo Coelho, que conquistou uma vaga de deputado federal pelo PSB.
Marca
Jair Bolsonaro, percentual e nominalmente, é o político mais votado da história de Santa Catarina. Tirou o recorde de Aécio Neves, no segundo turno de 2014. Naquele ano, o tucano conquistou 64,59% dos sufrágios catarinenses.